16/09/2011

MUSIMID2011 A memória pela música.


Por Danielle Denny
Anotações feitas no MUSIMID2011
Evento internacional, realizado na ECA, em 16/09/11
MESA REDONDA
A memória pela música.

Neurociência. Amnésia e música.
Edson Amâncio
Pessoa pode esquecer tudo e continuar lembrando como tocar. Há uma memória inconsciente. Paciente HM sem memória episódica, porque fez cirugia para epilepsia. Experiencia de fazer estrela só olhando por espelho para a mão, paciente mesmo não lembrando que tinha desenhado a estrela no dia anterior, com o passar do tempo passa a desenhar melhor. Há pacientes com herpes no cérebro que continuam tocando (se o virus preserva o lado direito, pex). Há também doenças nervosas decorrentes da música (dependendo da melodia do tom). Ouvir música sem querer vira um virus musical (música que não sai da cabeça, causa agonia). Alucinações musicais principalmente em pessoas que estão se tornando surdas. E há pessoas dementes que têm ouvido musical , demências como Alzheimer e demencia fronto temporal (começa com perda de autocrítica, mas se parece com Alzheimer).

Memória
Pedro Paulo Kohler Bondesan dos Santos
Memoria episódica, semântica, de curto termo (ecóica), motora (como para tocar instrumento), memória de trabalho (auxilia o pensamento). Memória de curto prazo expectativas dinâmicas. Memória episódica expectativas verídicas. Memória episódica + repetição de estímulos semelhantes memória semantica. Memória semântica, ou esquemática, permite as generalizações.

Filosofia cognitiva da música
Maurício Dottori (foi aluno no Cañizal).
Audição é o sentido do medo para Nietzsche. Enquanto os outros sentidos dormem a audição continua para avisar do perigo. Nao é a qualidade do som que importa em termos emocionais (prato caindo em uma festa não assusta mas o mesmo prato numa casa vazia assusta). Relação som e emoção é muito primária, lutar ou fugir. Fazemos música porque a civilização nos criou uma zona de conforto. Os pratos não ficam por aí caindo sozinhos. Os animais não fazem música porque ainda vivem com medo.  Para Spinoza, nossos agrupamentos na memória da música são de origem pré racionais, é uma aplicação como se fosse um jogo, baseada em noções chunks de memória bem primitivas, que não fazem relação direta com o mundo. Jogo de simetrias, categorizações e agrupamentos. Linguagem da mãe é percebido pelo bebê como emoção. Ainda não assimila a linguagem. Não faz relação com o mundo. Ao contrário de Barthes, para Dottori, a linguagem liga-se com o mundo. Imaginar uma música lendo partitura é diferente de efetivamente ouvir música (só emoção, memória afetiva). O primeiro é o caminho novo de percepção da música o segundo é o caminho antigo, instintivo, que nos previne do perigo. Santo Agostinho fala que a estrutura da intensao que se tem quando se le a música é diferente da vivencia do som da canção parte como todo. Cantar atirei o pau no gato não tem problema porque quando a criança percebe a palavra o mundo já está calmo, pela música, pelo ritmo.

Paisagem sonora
Pedro Paulo Salles
Lingua do Pê é memória da paisagem sonora da infância. Paisagem sonora não é só a que se houve mas também de tudo que já foi ouvida. História das mentalidades: aspectos psicológicos, afetivos, mentais, místicos. História cultural: aspectos culturais, sociais, rituais.  

Memória acústica
Eduardo Peñuela Cañizal
Imagem cinematográfica se evapora com muita facilidade. Filme cidadão Kane: rosebud simultâneo com o close, se percebe a pronúncia da palavra. Intermedialidade, varios meios se relacionam entre si. Musica tem carência de referência. Passagem musical não se refere a uma flor, a uma pessoa ou a uma casa por exemplo. Musica sistema formalizador do ruído. No audiovisual música cria uma referencialidade, musica combina ou não com a cena. Na intermedialidade a falta de referencia da música é preenchida pela autoreferencia que ela cria. Música é gestora de referencialidades. Vídeo de canção de Falla: Nanita nana, de Manoel de Falla. Mesma música em vídeo de Guernica em 3D, criação de Lena Gieseke.




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