20/12/2011

O MODELO DE NEGÓCIO VERDE. ESTUDO DE CASO: SWU


Sustentabilidade usada para agregar valor ao produto da indústria cultural

Danielle Denny[1]



Resumo:
A economia dos bens informacionais e imateriais tem sofrido o impacto econômico das revoluções tecnológicas que fazem com que a informação seja cara para ser produzida, mas extremamente barata para ser utilizada e reproduzida. As técnicas de aprisionamento de conteúdo e os monopólios de bens simbólicos e culturais foram profundamente alterados pelas novas tecnologias que disponibilizaram formas rápidas e fáceis de compartilhamento de dados. Nesse contexto, a indústria cultural ainda procura um novo modelo de negócio que possa garantir sua viabilidade econômica. O uso da sustentabilidade para agregar valor ao produto parece ser uma saída. Por meio da ecopublicidade, se promove o “green washing” no conteúdo identitário da marca. Ao ser identificado como sustentável, o produto deixa de considerado apenas por suas qualidades intrínsecas e pelo valor marcário que já possuia e passa a ser dotado de um valor intangível extra. Apresentações musicais em eventos coletivos como os festivais de música são ambientes particularmente profícuos para a ecopublicidade, pois são efetivamente capazes de gerar um ambiente privilegiado para favorecer a educação, despertar e promover a postura ética e ecológica dos participantes. Principalmente porque pela memória musical, experiências sonoras podem ser vinculadas a determinadas atitudes e, assim, promover ações e compromissos ecológicos. Dessa forma, os valores da sustentabilidade são facilmente vinculados ao produto festival de música o que facilita todas as práticas de ecopublicidade e “green washing”. Por isso o caso concreto sob análise é o SWU 2010, festival realizado em Itú/SP, nos dias 9, 10 e 11 de novembro de 2010. O presente artigo identifica que a sustentabilidade foi usada principalmente para agregar valor à marca SWU, promover o consumo, aumentar os preços, diminuir os custos e, assim, ganhar competitividade perante os concorrentes, reafirmando os princípios clássicos da economia: menores gastos e maiores receitas. Sob a bandeira da sustentabilidade muita gente trabalhou de graça, foram conseguidos incentivos fiscais e parcerias com secretarias do Meio Ambiente, além disso, bandas que não viriam se fosse um concerto comum, simplesmente patrocinado por empresas como Nestlé, Heineken e OI, por exemplo, vieram só porque o evento se propunha ético e socioambientalmente comprometido. Ou seja, o uso econômico dos valores socioambientais foi fundamental para viabilizar o modelo de negócio do SWU. A análise teórica do presente artigo é feita sob a perspectiva dos conceitos econômicos, da vinculação, da comunicação orquestral, da (in)comunicação, da verticalidade, da cultura do ouvir, dos diálogos e dos discursos. Este artigo parte de uma análise de caso, segue a metodologia fenomenológica e tem como referencial teórico autores como Shapiro(1999), Castells (2009), Winkin (1998), Flusser (2007), Pross (1980), dentre outros.

Palavras-chave: Economia da comunicação. Ecopublicidade. Propriedade Intelectual. Música. Sustentabilidade. Educação. Comunicação e Incomunicação.







Abstract:

The economy of informational and intangible assets have suffered the economic impact of technological revolutions that make the information expensive to produce but very cheap to be used and reproduced. The technique of imprisonment of content and the monopolies of cultural and symbolic goods were profoundly altered by new technologies that have provided quick and easy ways of sharing data. In this context, the culture industry is still looking for a new business model that can guarantee its economic viability. The use of sustainability to add value to the product seems to be a way. Through ecomarketing, it promotes "green washing" in the content of the brand identity. When identified as sustainable, the product stops to be considered only for its intrinsic qualities and for the value the brand already has and becomes endowed with an extra intangible. Musical performances in collective events like music festivals are environments especially profitable for ecomarketing because they are effectively able to generate a privileged environment to foster education, to awaken and promote the ethical and ecological attitudes of the participants. Mainly because the memory of music, sound experiences can be linked to certain attitudes and thus promote actions and ecological commitments. Thus, the values of sustainability are easily linked to the product music festival which facilitates all ecomarketing practices and the "green washing". So the case under review is the SWU 2010 festival held in Itu / SP, on 9, 10 and 11 November 2010. This article identifies that sustainability was used primarily to add value to the brand SWU, promote consumption, raise prices, reduce costs and thereby gain competitiveness in relation to competitors, reaffirming the principles of classical economics: lower expenses and higher revenues. Under the banner of sustainability many people worked for free, tax incentives have been achieved and partnerships with departments of Environment were gained, in addition, bands that would not come if it were an ordinary concert, sponsored by companies just like Nestle, Heineken and OI, for example, came only because the event was proposed ethical, socially and environmentally committed. That means, the economic use of socio-environmental values was essential to enable the business model of the SWU. The paper analyses the event under the perspective of economics, linkage, orchestral communication, (in)communication, verticality, culture of listening, dialogues and discourses. This article analyses a case, follows the phenomenological methodology and has its theoretical references on authors such as Shapiro(1999), Castells (2009), Winkin (1998), Flusser (2007), Pross (1980).

Key words : Economy of communication. Ecomarketing. Intellectual Property Rights. Music. Sustainability. Education. Communication and incommunication.





1)      INTRODUÇÃO            


A economia dos bens informacionais e imateriais tem sofrido o impacto econômico das revoluções tecnológicas que fazem com que a informação seja cara para ser produzida, mas extremamente barata para ser utilizada e reproduzida. As técnicas de aprisionamento de conteúdo e os monopólios de bens simbólicos e culturais foram profundamente alterados pelas novas tecnologias que disponibilizaram formas rápidas e fáceis de compartilhamento de dados.

Com a convergência de mídias e a divergência de meios, são criadas multiplataformas de interação entre emissor e receptor de conteúdo informativo via mídias sociais conectadas (LIMA, 2009:54) o que facilita o consumo massivo de dados e de informações em um ambiente hiperconectado. Nesse contexto, a indústria cultural ainda procura um novo modelo de negócio que possa garantir sua viabilidade econômica.

Conforme identifica Walter Lima:
Embarcados em diversos aparatos digitais, como máquinas computacionais, celulares e outros dispositivos móveis, os “chips”, que “mastigam” dados, ganharam um canal para vazão desse processamento, que são as conexões entre computadores através das redes telemáticas, principalmente a web. Assim, essas tecnologias se espalharam pela sociedade, impactando comportamentos e modelos de negócio em geral, e atingindo, também, o campo da mídia.. (LIMA, 2011: 46)

O uso da sustentabilidade para agregar valor ao produto parece ser uma saída. Por meio da ecopublicidade, se promove o “green washing” no conteúdo identitário da marca. Ao ser identificado como sustentável, o produto deixa de considerado apenas por suas qualidades intrínsecas e pelo valor marcário que já possuia e passa a ser dotado de um valor intangível extra.

Apresentações musicais em eventos coletivos como os festivais de música são ambientes particularmente profícuos para a ecopublicidade, pois são efetivamente capazes de gerar um ambiente privilegiado para favorecer a educação, despertar e promover a postura ética e ecológica dos participantes. Principalmente porque pela memória musical, experiências sonoras podem ser vinculadas a determinadas atitudes e, assim, promover ações e compromissos ecológicos.

Dessa forma, os valores da sustentabilidade são facilmente vinculados ao produto festival de música o que facilita todas as práticas de ecopublicidade e “green washing”. Por isso o caso concreto sob análise é o SWU 2010, festival realizado em Itú/SP, nos dias 9, 10 e 11 de novembro de 2010. O presente artigo identifica que a sustentabilidade foi usada principalmente para agregar valor à marca SWU, promover o consumo, aumentar os preços, diminuir os custos e, assim, ganhar competitividade perante os concorrentes, reafirmando os princípios clássicos da economia: menores gastos e maiores receitas.

Sob a bandeira da sustentabilidade muita gente trabalhou de graça, foram conseguidos incentivos fiscais e parcerias com secretarias do Meio Ambiente, além disso, bandas que não viriam se fosse um concerto comum, simplesmente patrocinado por empresas como Nestlé, Heineken e OI, por exemplo, vieram só porque o evento se propunha ético e socioambientalmente comprometido. Ou seja, o uso econômico dos valores socioambientais foi fundamental para viabilizar o modelo de negócio do SWU.

2)      ECO PUBLICIDADE


A tendência na publicidade mundial tem sido buscar equilíbrio e modernidade, segundo Ethel Shiraishi Pereira. Sob essa perspectiva a eco publicidade faz comunicação com responsabilidade ambiental. As campanhas eco publicitárias vão muito além da simples utilização de materiais reciclados, incentivam o uso de mídias menos agressivas, mais atraentes e econômicas, mitigam a quantidade de dejetos produzidos pela campanha, utilizam materiais e processos de baixo impacto ambiental.

Os exemplos mais comuns são os usos de mídias digitais, de tintas à base de água ou de base vegetal, nas quais o petróleo é substituído pelo óleo de soja, e de papéis reciclados e de reflorestamento, sem adição de cloro. A proposta de sustentabilidade começa a ser incorporada no dia a dia das empresas realizadoras de eventos. Está aumentando o uso de materiais reciclados e reutilizáveis; a coleta e destinação correta dos resíduos gerados por um evento; a respectiva neutralização das emissões de gás carbônico, por exemplo com a posterior compensação por meio do plantio de árvores; aumentando a acessibilidade ao local em que se realiza o evento; a racionalização do uso da água e de energia elétrica; utilização de alimentos orgânicos; utilização de “brindes verdes” ou produzidos por comunidades carentes; incentivo ao comércio justo; promoção de ações sociais, culturais e de campanhas educativas, de incentivo à preservação ambiental.

Dessa forma, a eco publicidade busca associar o marketing do produto e a imagem da empresa às boas práticas ambientais. Para tanto, precisa utilizar parceiros e fornecedores que também sejam comprometidos com a produção de baixo impacto ambiental, de preferência certificados o que, via de regra, aumenta o preço de produção.

Segundo bem ressalta  Ethel Shiraishi Pereira:
os eventos considerados sustentáveis estão contribuindo para a legitimação dos discursos organizacionais que, cada vez mais, se apropriam do termo “sustentabilidade” para, diante da  impossibilidade de ocultar o quanto suas ações estão prejudicando o meio ambiente, demonstrar aos seus públicos de interesse que estão preocupadas com as questões ambientais (...) Como mecanismo de legitimação de seus discursos organizacionais, as empresas fazem uso intenso do conceito de desenvolvimento sustentável e passam a promover ações muitas vezes calcadas em estratégias de marketing e de relações públicas apenas visando à promoção de sua imagem junto à sociedade, cada vez mais exigente de seus direitos como consumidores e cidadãos. (PEREIRA, 2010: 91-107)

3)      GREENWASH


Muitas empresas não adotam condutas verdadeiramente socio ambientais mas por meio do greenwash vendem falsa imagem de "verde". A TerraChoice Environmental Marketing, consultoria especializada em produtos sustentáveis, realizou pesquisa sobre a confiabilidade de mais de mil itens supostamente sustentáveis, no Canadá e EUA. A conclusão do estudo foi que 99,9% dos produtos que se propunham sustentáveis eram uma enganação completa ou, pelo menos, dúbios. Surpreendentemente, apenas um produto, um papel higiênico produzido sem cloro e com conteúdo reciclado cumpria o que anunciava.

Em 57% dos itens foi dado destaque para uma qualidade real do produto mas que desvia a atenção de outros problemas. Por exemplo, papéis reciclados branqueados com cloro e eletrônicos que ajudam a economizar energia, mas que ao mesmo tempo possuem altos teores de metais pesados.

A 26% dos produtos faltava comprovação de que os diferenciais sustentáveis do produto são reais. São os casos dos rótulos dos produtos que se dizem orgânicos ou não terem sido testados em animais, mas que a empresa produtora não consegue comprovar essas qualidades.

Em 11% dos casos os produtos trazem expressões vagas e ambíguas, como ser “livre de substâncias químicas”, “atóxico”, “verde”, “100% natural”, uma bobagem considerando, por exemplo, que todos os elementos da natureza são químicos.

Há ainda os casos de mentiras, erros, omissões e informações irrelevantes que correspondem a 6% dos casos. Embalagens de aerossóis que indicam não conter CFC, por exemplo, são irrelevantes pois desde o Protocolo de Montreal, de 1987, o gás, nocivo à camada de ozônio, foi proibido para todos os aerossóis.

A técnica expúria do greenwash é muito vantajosa pois os consumidores conscientes aceitam pagar um preço maior por um produto ecológico mas ao mesmo tempo, no ato da compra, são completamente hipossuficientes para comprovar se o que está sendo anunciado tem sido cumprido na prática ou corresponde a um efetivo ganho de sustentabilidade se comparado às linhas de produção similares não sustentavéis.

A difusão dessa prática enganosa presta um desserviço à causa ambiental. Ao confundirem os consumidores, geram ceticismo, e com isso justificam atitudes de não comprometimento. A atuação da sociedade civil e esforços de regulação como as regras previstas na ISO 14021 podem colaborar para combater a prática abusiva.

4)      ESTUDO DE CASO: O SWU



O SWU (sigla em inglês para Começa Com Você) era para ser uma mega campanha publicitária de comunicação de massa em defesa da sustentabilidade, traduzida em uma plataforma de informação e entretenimento. Em seu site o SWU pretende ser um movimento de conscientização em prol da sustentabilidade. Sob os valores de paz, amor, consciência e atitude, teria o intuito de mobilizar o maior número possível de pessoas para a causa da sustentabilidade. Sua finalidade seria mostrar que, por meio de pequenas ações individuais praticadas no dia a dia, as pessoas podem ajudar a construir um mundo melhor para se viver.

O idealizador do movimento foi Eduardo Fischer, presidente do Grupo Totalcom, holding de agências publicitárias com atuação no Brasil, na Argentina e em Portugal e cujo capital social é 100% brasileiro. Contou com a parceria da produtora de shows The Groove Concept e da Consultoria Visão Sustentável. Os principais patrocinadores foram Nestlé, Heineken e OI.

A premissa do movimento seria que pequenas atitudes podem gerar grandes mudanças.

A manifestação empírica desse movimento se deu durante os dias 9, 10 e 11 de outubro de 2010, na fazenda Maeda, em Itu (SP) com a realização do Fórum Global de Sustentabilidade e do Music and Arts Festival, para um público de 164,5 mil pessoas.


a)      Primeira parte do evento: Fórum Global de Sustentabilidade



O Fórum funcionou entre 12h e 14h40, com apresentações de palestrantes e debates sobre os temas Negócios Sustentáveis, Inclusão de Minorias e Jovens e Meio Ambiente. A participação do público, contudo, ficou muito reduzida. Apenas 3 mil pessoas compareceram às 29 palestras de convidados nacionais e internacionais. Algumas das razões que podem ser apontadas para esse insucesso são, primeiro, o horário exíguo e desvinculado dos eventos do festival de música e, segundo, problemas práticos, como o comprometimento de boa parte do público alvo dessas palestras com as filas dos banhos ou para alimentação.

O fórum deveria ficar aberto durante todo o evento. Suas palestras deveriam ter sido gravadas e disponibilizadas para o público que chegasse fora do horário. E depois na internet para o público em geral.

Deveria haver ações inclusivas que envolvessem as pessoas que já estivessem no evento no horário das palestra. Mas nem a programação o público recebia. As pessoas do camping estavam presas às filas do banho ou às do restaurante, não podendo comparecer. E não havia estímulos para a participação. As ONGs poderiam ter sido acionadas para isso. Atividades lúdicas e inclusivas poderiam ter sido implementadas para despertar o interesse do público e consequentemente aumentado a audiência dessas palestras.

Todo o material produzido pelos 24 speakers e outros 20 convidados entre especialistas, pensadores, empresários e representantes de entidades não-governamentais, foi perdido. Se estivesse disponível de forma mais abrangente durante o evento e depois na internet, poderia estar repercutindo até o momento.


b)      Segunda parte do evento: Music and Arts Festival



O festival de música teve 74 atrações musicais, 700 músicos nos palcos e mais de 50 horas de música. Começava por volta das 15h e terminava depois das 2h, com shows de diversas bandas distribuídos por 4 palcos. Essa parte foi um sucesso, com exceção de alguns atrasos, como por exemplo do show do Pixies e falhas técnicas, como a falta de som e de imagem durante a apresentação do Rage Against the Machine.

No dia 9 de outubro, no Palco Água, se apresentaram: 15h45 - Brothers of Brazil, 16h50 - Macaco Bong, 18h40 – Mutantes, 20h55 - The Mars Volta. No Palco Ar: 16h15 - Black Drawing Chalks, 17h35 - Infectious Grooves, 19h50 - Los Hermanos, 22h05 - Rage Against the Machine. Na Tenda Heineken Greenspace: 15h – Glocal, 16h - Killer on the Dance Floor, 17h - The Twelves, 18h – Switch, 19h15 – MSTRKRFT, 20h45 - The Crystal Method, 23h59 - DJ Marky, 01h15 - Steve Angelo. No Palco Oi Novo Som: 14h40 - Banda Batalha das Bandas, 15h20 - Letuce + qinhO, 16h10 - Sobrado 112, 17h – Superguidis, 17h50 - Curumin & The Aipins, 18h45 - Mallu Magalhães, 19h45 - Cidadão Instigado, 20h50 - The Apples in stereo.

No dia 10 de outubro, no Palco Água: 14h - Ilo Ferreira, 15h40 - Jota Quest, 17h45 - Sublime with Rome, 19h55 - Joss Stone, 22h55 - Kings of Leon. No Palco Ar: 14h50 - Teatro Mágico, 16h40 - Capital Inicial, 18h45 - Regina Spektor, 21h - Dave Matthews Band. Na Tenda Heineken Greenspace: 16h30 - Mario Fischetti, 17h45 - Nike Warren, 19h - Life is a Loop, 20h15 - Sander Kleinenberg, 21h30 - Roger Sanchez, 22h45 – Sharam, 00h15 - Markus Schulz. No Palco Oi Novo Som: 14h40 - Banda Batalha das Bandas, 15h20 - Luisa Maita, 16h20 – Volver, 17h20 - Lucas Santtana, 18h30 - Tulipa Ruiz, 19h40 - Rubinho e a Força Bruta, 20h50 - Bomba Estéreo, 22h10 – Otto.

No dia 11 de outubro, no Palco Água: 15h05 – Gloria, 16h10 – Rahzel, 17h45 - Cavalera Conspiracy, 19h55 – Incubus, 22h20 – Pixies, 01h35 – Tiesto. No Palco Ar: 14h30 - Alan Johanes, 15h35 – Crashdiet, 17h - Yo La Tengo, 18h50 - Avenged Sevenfold, 20h55 - Queens of the Stone Age, 23h25 - Linkin Park. Na Tenda Heineken Greenspace: 15h30 - Anderson Noise, 16h45 - Anthony Rother, 18h – Aeroplane, 19h15 - Mix Hell, 20h30 - Gui Boratto, 21h45 - Erol Alkan. No Palco Oi Novo Som: 14h40 - Banda Batalha das Bandas, 15h30 – Tono, 16h30 - Fino Coletivo, 17h30 – Mombojó, 18h35 – Autoramas, 19h40 - BNegão & Seletores de Frequência, 20h50 - Josh Rouse, 22h10 - CSS (Cansei de Ser Sexy)

O festival de arte recebeu instalações de Eduardo Srur, Urban Trash Art, Bijari, Oficina Jamac, Flávia Vivacqua, Cooperaacs. Além disso, promoveu a exposição “Brasil em Chamas” em homenagem a Frans Krajcberg, sob curadoria de Sergio Caribe, com 7 esculturas e 8 fotos do artista. Apesar de ser permanente, ou seja, podia ser experimentado durante o festival de música, as obras eram poucas e muito dispersas pelo grande espaço do evento (233 mil m2) o que desestimulava o acesso e o interesse do público.

Para quem tinha a expectativa de encontrar obras impactantes, que causassem estranhamento e envolvessem o público, como normalmente são as instalações do curador do festival, Eduardo Srur, a mostra foi frustrante. Esse artista é conhecido por instalar garrafas pet gigantes e iluminadas nas bordas do rio Tietê e por prender barracas de camping coloridas nos prédios monocromáticos de São Paulo.


i)        Contradições da ecopublicidade do SWU



Hans Jöhr, já em 1994, estabelece um roteiro para a eco publicidade:
1.      colocar objetivos de marketing em termos ecológicos.
a.       Assegurar a competitividade a longo prazo dos produtos;
b.      Definir a participação no mercado em percentagem (%) e em faturamento (R$);
c.       Definir prazos e novos nichos de mercado para produtos ecológicos;
d.      Ampliar a imagem e o grau de conhecimento por parte do público das características dos produtos ambientalmente “limpos”.
2.      formular prioridades e objetivos por:
a.       linhas de produtos ou produtos individuais;
b.      segmentação de grupos ou classes de poder aquisitivo;
c.       regiões ou estados
3.      planejar ações de marketing integralmente com a produção.
a.       Desenvolver produtos com materiais recicláveis ou reutilizáveis, que sejam produzidos sem agredir o meio ambiente (por exemplo, certos tipos de plásticos).
4.      dar destaque à publicidade, relações públicas e mídia.
a.       Manter um bom relacionamento com a mídia;
b.      Usar a nova onda de preocupações do consumidor com o meio ambiente e reforçá-la através de propaganda;
c.       Com argumentos ecologicamente corretos, criar uma imagem forte da empresa comprometendo-se com a ecologia;
d.      Utilizar argumentos absolutamente verdadeiros, que possam ser verificados e controlados;
e.       Participar com “ações ambientalistas” na comunidade vizinha à empresa, como forma de apoio institucionalizado (participar em ONGs, por exemplo)..
5.      na política de distribuição.
a.       Na logística, utilizar transportes menos poluidores e mais econômicos em energia;
b.      Negociar, entre fornecedor e comerciante, canais de distribuição que facilitem a redistribuição de materiais de reciclagem
6.      na política de preços e de promoções.
a.       Se os preços dos produtos ecológicos estão mais altos que os dos concorrentes, explicar detalhadamente o porquê da diferença (a diferenciação de preço pelo plus da ecologia);
b.      Verificar se os produtos mais caros podem ser barateados através de um mix de preços com os outros produtos.
7.      na organização do marketing.
a.       Verificar se todos os integrantes da organização estão vestindo a camisa,
b.      Fornecer todas as informações e treinar o pessoal de marketing;
c.       Criar uma “identidade ecológica” que garanta comportamentos adequados (jamais pregar um princípio ou norma de conduta se você não acredita...);
d.      Estabelecer um núcleo ecológico formado por membros responsáveis de marketing, que devem se reportar à diretoria da empresa nas ações planejadas;
e.       Criar um sistema de informações com a simulação de que tenham sido realmente atingidos os objetivos (por exemplo, controlling ecológico e sistemas de bônus ou gratificações). (JÖHR, 1994: 14-17)

O roteiro de Hans Jöhr foi em grande parte seguido pela equipe do SWU, mas houve falhas. Apesar de propor a reciclagem do lixo produzido, o evento não utilizou produtos com materiais recicláveis ou reutilizáveis, que tivessem sido produzidos sem agredir o meio ambiente.

A atuação das ONGS foi muito limitada. As “ações ambientalistas” na comunidade vizinha limitaram-se ao uso de cooperativas para reciclagem de lixo. Um grande número de pessoas de Itú poderia ter sido mobilizada para prestar serviços ou fornecer produtos para o evento. Poderia haver uma tenda de frutas e legumes produzidos na região, por exemplo.

Os preços altos, as demoras e as filas para os produtos e serviços disponíveis no SWU eram justificados apenas de forma abstrata como ecológicos. Não havia uma explicação  detalhada sobre o porquê da diferença. Pelo contrário, a diferenciação de preço e tempo pelo plus da ecologia foi percebida pelo público como engodo, para justificar lucros maiores.

Além disso, a camisa da sustentabilidade não foi vestida por todos os trabalhadores do evento. Lixo e bitucas eram jogados no chão pela equipe uniformizada do evento. Houve mal tratamento dos prestadores de serviço de limpeza que foram deixados esperando, sem almoço, sentados no chão do lado de fora do evento. E portadores de necessidades especiais foram protelados em detrimento das equipes de cobertura jornalística, por exemplo

O eco capitalismo é uma modalidade ainda mais insustentável que o capitalismo tradicional. Pois na ótica do menor preço com maior benefício, pelo menos a água e a comida, condições para sobrevivência tendem a ser garantidas pelo sistema. Sob o eco capitalismo, contudo, a exploração vai mais além, sob a desculpa de se promover a sustentabilidade praticam-se preços abusivos, limitando o acesso das pessoas até aos bens de sobrevivência.

Os preços da comida e da água no SWU eram exorbitantes. Não se promovia a agricultura local, nem o uso consciente de recursos, pelo contrário. A luz ficava acesa 24horas no camping mas nos toilletes não havia luz. A água do chuveiro era potável e trazida por carros pipa a diesel, sem ser reutilizada. No banho, uma vez aberta a torneira, não havia meio de fechá-la para ensaboar-se, por exemplo, o fluxo de água corria ininterruptamente por 7 minutos. Não havia pias, as pessoas tinham de usar água mineral (R$4 cada 250ml) para escovar os dentes e lavar as mãos, por exemplo.

Ao chegar ao evento, o público não recebia a programação, mas um termo de responsabilidade (que inclusive era impresso em papel grosso e com tinta forte, nada econômica). A pessoa sem a programação fica desinteressada e sujeita ao comportamento de matilha. Não participa das atividades do Fórum por exemplo, ou porque não está sabendo quais serão os temas a serem discutidos ou porque ninguém está indo para lá.

O comportamento sustentável deveria ser promovido por ações mais diretas e participativas. A comunicação falhou não só na versão impressa (divulgação da programação) como na oportunidade de estabelecer vínculos e promover a disseminação do conhecimento por meio de interações lúdicas e participativas.

Além disso, sob a bandeira da sustentabilidade muita gente trabalhou de graça e foram conseguidos incentivos fiscais e parcerias com secretarias do Meio Ambiente. Bandas que não viriam se fosse um concerto comum ou patrocinado por uma empresa de cervejas, por exemplo, vieram só por ter essa vinculação ética.


ii)      Descumprimento do Plano de Ações de Sustentabilidade de 13 de setembro de 2010 (ANEXO 2)



Em contraste com o compromisso de respeito aos direitos humanos e trabalhistas, foi possível presenciar protesto de funcionários terceirizados da empresa T e J que foram deixados horas esperando sem comer e em pé. “Ninguém aqui e bicho! Tem gente desmaiando de fome!” Essas eram algumas das frases gritadas pelos terceirizados.

Não havia cadeiras ou bancos onde gestantes e idosos pudessem sentar e os portadores de necessidades especiais tinham de disputar lugar com as equipes de televisão que usavam o espaço reservado aos PNEs para conseguir uma visão melhor do palco. Os PNEs eram, inclusive, algumas vezes, impedidos de entrar na plataforma com vista privilegiada dos palcos em tese reservada para eles em virtude da movimentação no acesso e das equipes televisivas. Esses fatos violam a cláusula de não-discriminação.

A autora não recebeu assistência nem notou a presença de voluntários, que segundo o Plano de Ações de Sustentabilidade, estariam disponíveis para qualquer ajuda, ou disponíveis para passar informações e dicas de sustentabilidade.

A presença das ONGs no festival, foi muito restrita. Não puderam levar número suficiente de voluntários para implementar ações proativas e ficaram confinadas a um espaço exclusivo, longínquo, que não despertava o interesse do público em geral.

Da mesma forma o Fórum Global de Sustentabilidade, ficou limitado a horário específico e distante do grande público. Ficou perdido o material produzido pelos especialistas, pensadores, empresários, representantes de entidades não-governamentais e de outras iniciativas para discutir com o público alguns dos principais temas da sustentabilidade. Não houve disponibilização desse material nem durante o evento nem depois online.

Violou-se ainda o compromisso de inclusão social, uma vez que todos os alimentos e bebidas eram provenientes de grandes redes. Não houve contratação de mão-de-obra local e pequenos fornecedores a não ser para lidar com o lixo.

Também foi desrespeitada a cláusula Saúde e Segurança pois o público não teve um canal direto para reportar qualquer abuso, conforme estava previsto. Durante os três dias a autora tentou, sem sucesso entrar em contato com alguém da produção que se responsabilizasse pelas falhas. Todos os contatados disseram não saber com quem entrar em contato. A única saída seria, segundo todos, mandar um email. Ocorre que aos emails a produção também não respondia (nem antes do evento, nem durante, nem depois). Somente no dia 20 e outubro, depois de diversas tentativas, a autora conseguiu estabelecer contato com a equipe do SWU por email, no endereço: info@swu.com.br, do qual retirou a maior parte dos números trazidos por este trabalho.

Com relação ao estímulo ao uso de transporte público, houve o contrário, um desestímulo ao transporte público e o uso insustentável dos meios de transporte. O ônibus de São Paulo passava pela frente da fazenda Maeda, mas ia até Itu, para depois outro ônibus ser tomado para a Fazenda, o que origina gasto extra de combustível por pelo menos 40 minutos. Além disso, o ônibus não estava informado sobre onde deveria deixar os diferentes públicos, assim, os campistas foram deixados em outro lugar, quando deveriam ter sido deixados no setor de triagem, perdendo o show e se arrependendo por não terem vindo de carro.

Com relação ao descarte de resíduos a falha foi a mais evidente. Ao invés de serem implantadas ações para a redução da quantidade de resíduos sólidos, sempre que possível, conforme previa o Plano de Ações de Sustentabilidade, cada pessoa que consumia cerveja por exemplo usava não só a latinha como um copo descartável.


5)      CONSIDERAÇÕES FINAIS



A comunicação pode ser entendida como a constituição de vínculos, de interação, de interiorização no espaço do outro, sendo a vida social a somatória desses vínculos dinâmicos, submetidos às condições de tempo e espaço. Na atualidade, principalmente nos espaços virtuais, estamos submetidos a uma quantidade enorme de informações que consomem nosso tempo mas não necessariamente estabelecem ou despertam vínculos.

A maioria dessas informações não conseguem entrar no espaço (físico e simbólico) do outro porque não admitem o diálogo. Comunicar a mensagem é sempre estar na passagem, no meio, entre o si mesmo e o outro, na zona de perigo, na área da sedução, no crepúsculo de si mesmo e na zona obscura do outro (BAITELLO in Menezes 2005). Portanto não se estabelece comunicação com a mera informação.  O SWU seria uma ótima oportunidade de se estabelecer esses diálogos para promover uma eficaz comunicação sobre sustentabilidade.

Os eventos tipo o SWU têm um potencial enorme para estimular o diálogo de maneira simétrica e abrangente, colaborando, assim, para a melhor comunicação de uma mensagem. É possível atingir os objetivos de negócios dos patrocinadores e organizadores, ao mesmo tempo atendendo aos preceitos éticos da sustentabilidade. Para tanto os eventos devem ser  utilizados como canais de mão dupla, para harmonizar os interesses das organizações e do público, por meio do estabelecimento de canais de diálogo que promovam o encontro público de interessados em uma determinada temática, favorecendo a compreensão mútua e a busca por soluções de problemas comuns. Por meio de discursos e diálogos convergentes em direção a práticas sustentáveis será viável uma transformação em larga escala dos valores e comportamentos humanos.

Contudo, quanto mais avança a capacidade dos seres humanos de se comunicarem, mais aumentam as dificuldades, os entraves, as distorções. Assim, a comunicação concorre com a incomunicação em todas as oportunidades de se manifestarem. Especificamente com relação à comunicação ecológica, segundo José S. García e Maria S. Santiso, ela está sujeita a um duplo condicionamento: econômico e social. O primeiro faz com que a empresa busque o equilíbrio entre as necessidades de lucro, a satisfação do cliente e o menor impacto possível no meio ambiente. Pela perspectiva social, busca estimular e facilitar a aceitação de ideias, atitudes ou comportamentos sociais benéficos à sociedade em geral ou que buscam reprimir atitudes prejudiciais. Se enquadram nessa perspectiva as ações educativas e informacionais bem como a atuação da empresa no seu entorno natural promovendo a defesa do meio ambiente.

Podem fazer parte dessa perspectiva social ações de descomunicação ou de desmarketing para desestimular a compra de produtos que se usam uma única vez (GARCÍA e SANTISO 2010:12), como as campanhas para diminuição do uso de copos descartáveis, estimulando o uso de produtos duradouros ou reutilizáveis. No SWU essa descomunicação que é positiva não estava evidente, mas sim a incomunicação, o ruído, as mensagens truncadas que causam ceticismo ao invés de engajamento socioambiental.

Dentro do contexto de um mundo marcado quer pela inflação de imagens e sons, como pela dificuldade em se ver e ouvir em profundidade (Menezes 2007), a comunicação do SWU deveria ser interativa e orquestral. Perdeu-se uma importante oportunidade para usar o ouvir como disposição para sermos tocados pelas idéias da sustentabilidade, pela sua aplicabilidade e eficiência econômica.

Afinal, desperdício de recursos ambientais representa cada vez mais custos, as empresas que não investirem em tecnologias verdes e em efetivo comprometimento socioambiental vão perder competitividade. Visto por esse prisma, os ideais verdes se tornam bem pragmáticos. Sustentabilidade seria garantir rentabilidade com ética e responsabilidade socioambiental, sem maquiagem verde, mas com efetivo comprometimento. Pouco adianta executivos e formadores de opinião pensarem em ações isoladas, dissimuladoras. Têm de investir em tecnologia e em governança, para criar uma estrutura que propicie a sustentabilidade. Só assim será possível aproveitar a janela de oportunidade e se lançar a frente dos concorrentes, para implementar um modelo de negócio rentável e socioambientalmente responsável.

As iniciativas comunicacionais do SWU, contudo, foram estruturadas de acordo com a lógica do eco marketing e do greenwash, suas ações não foram verdadeiramente sustentáveis. Ao SWU, portanto, faltou ação política, foi apenas um mega evento de entretenimento (por sinal muito bom, com excelentes bandas em um lugar agradável). Seria possível atingir os objetivos de negócios dos patrocinadores e organizadores, ao mesmo tempo atendendo aos preceitos éticos da sustentabilidade socioambiental. O SWU foi uma tentativa nesse sentido, e, portanto, deve ser estudado, mas está repleto de problemas, há muito ainda o que melhorar.

Referências bibliográficas:
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Anexo 1


SWU – Compromisso Público de Sustentabilidade


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19 07 2010
O movimento Starts With You (SWU) e o festival que vem para celebrá-lo têm como principais objetivos inspirar, conscientizar e mobilizar, demonstrando que a sustentabilidade pode estar presente em todas as ações e contribuindo para o estabelecimento de práticas sustentáveis de forma inovadora.
Estamos atentos aos possíveis impactos de nossas atividades e afirmamos o compromisso de, em todos os eventos e ações, aplicar os princípios e padrões reconhecidos de ética, sustentabilidade, saúde e segurança e cumprir a legislação nacional.
Apresentamos, assim, os valores e diretrizes gerais que regulam o relacionamento com todos os nossos públicos e parceiros. Para saber mais detalhes de como cada um desses princípios será colocado em prática, leia nosso Plano de Ações.
Princípios, Diretrizes e Ações de Sustentabilidade do SWU
1. Direitos Humanos
Em todas as nossas atividades, atuamos conforme os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos e outros padrões e tratados internacionais e não toleramos condições de trabalho degradantes, trabalho infantil, forçado ou análogo ao escravo.
2. Direitos do Trabalho
Além de estarmos de acordo com a legislação trabalhista nacional, buscamos oferecer condições de trabalho adequadas a todos os que participam ou venham a participar da realização das ações e eventos. Cumprimos também todas as exigências, normas regulamentadoras e convenções legais pertinentes às relações e ambiente de trabalho, aplicáveis às nossas atividades.
3. Não-discriminação
Não aceitamos nenhuma forma de discriminação em função de cor, sexo, opção sexual, religião, origem, classe social, idade ou condições físicas nas relações com todos os nossos públicos.
4. Educação em sustentabilidade
Queremos
conscientizar, mobilizar e transmitir os valores da sustentabilidade a todos que estiverem de alguma forma no movimento, seja como participante, seja na organização.

5. Inclusão Social
Em nossas contratações de serviços, daremos preferência, sempre que possível, à mão de obra local, cooperativas e micro e pequenos fornecedores, contribuindo assim para a geração de renda e inclusão social.
6. Saúde e Segurança
Empenhamos-nos para propiciar um ambiente saudável e seguro a todos os envolvidos em nossas atividades e eventos, por meio do estabelecimento de padrões rígidos de saúde e segurança, da avaliação de possíveis riscos e definição de procedimentos para evitá-los.
7. Engajamento de Stakeholders
Acreditamos que o engajamento de todas as partes interessadas é essencial para a obtenção de nossos objetivos. Queremos construir relacionamentos de troca e apoio que contribuam para fortalecer e difundir valores comuns. Assim, buscamos estabelecer parcerias, realizar trabalhos conjuntos e de inclusão com as comunidades e compartilhar nossas diretrizes de sustentabilidade com todos os nossos públicos.
8. Transparência, ética e combate à corrupção
O relacionamento com todos os parceiros deve ser baseado em ética e transparência. Além disso, repudiamos e combatemos a corrupção em todas as suas formas e não aceitamos parcerias com instituições de idoneidade duvidosa.
9. Legislação Ambiental
Todas as nossas atividades e de nossos parceiros devem estar em conformidade com leis e regulamentos ambientais.
10. Baixo Impacto Ambiental
Buscaremos sempre reduzir, compensar ou eliminar nossos impactos ambientais. Dessa forma, em todos os nossos eventos e ações, buscaremos cumprir com os seguintes aspectos e metas: a) realização de eventos de baixo carbono e desenvolvimento de processos para redução e mitigação das emissões de gases poluentes; b) preferência pelo uso de materiais reciclados ou recicláveis e que tenham origem certificadas de acordo com padrões sócio-ambientais; c) destinação correta dos resíduos; d) desenvolvimento de processos para baixo consumo de água e energia; e) revitalização da área do festival.



Anexo 2


SWU – Plano de Ações de Sustentabilidade


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13 09 2010

Que tal ficar por dentro e entender o tamanho do nosso Movimento?

Reforçando os objetivos explicitados em nosso Compromisso Público de Sustentabilidade, apresentamos o Plano de Ações de Sustentabilidade. A partir destas ações, esperamos contribuir para a ampliação da comunicação sobre a sustentabilidade e para o estabelecimento de práticas sustentáveis no Festival.

a. Direitos Humanos

Para assegurar que os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos e outros padrões e tratados internacionais sejam cumpridos em todas as etapas da organização do Festival, os fornecedores envolvidos estão assinando o Manual do Fornecedor.

b. Direitos do Trabalho

Por meio do Manual do Fornecedor, assinado por todas as empresas envolvidas no Festival, garantimos que essas atuem de acordo com a legislação trabalhista nacional, assim como os organizadores do evento. Cumprimos também todas as exigências, normas regulamentadoras e convenções legais pertinentes às relações e ambiente de trabalho, aplicáveis às nossas atividades.

c. Não-discriminação

Na relação com todos os nossos públicos, não é aceita nenhuma forma de discriminação em função de cor, sexo, orientação sexual, religião, origem, classe social, idade ou condições físicas, o que também é assegurado pelo nosso Manual do Fornecedor. No caso dos portadores de necessidades especiais, daremos toda a assistência necessária:
•  Vagas reservadas nos estacionamentos;
•  Entrada exclusiva;
•  Assistência na locomoção dentro da arena do festival;
•  Banheiros adaptados;
•  Plataforma com vista privilegiada dos palcos;
•  Atendimento preferencial nas praças de alimentação;
•  Assistência de voluntários para qualquer ajuda.

d. Educação em Sustentabilidade

Buscamos conscientizar, mobilizar e transmitir os valores da sustentabilidade a todos que estiverem de alguma forma no movimento e no festival, seja como participante, seja na organização. Dessa forma, esse objetivo está em toda nossa linha de ação.

Antes do evento

A educação em sustentabilidade está presente em nossas campanhas publicitárias, nas ações realizadas com estudantes, nos flash mobs e em nossa comunicação online, por meio do nosso site e de redes sociais.
Além disso, todos os fornecedores participarão de um treinamento coletivo para conhecer: o Compromisso Público de Sustentabilidade, o Plano de Ação, o Manual do Fornecedor e um Guia com condutas a serem seguidas durante a execução dos trabalhos relacionados ao festival.

Durante o festival

No festival, uma equipe de voluntários irá atuar junto ao público com o intuito de passar informações e dicas de sustentabilidade. Teremos também grande volume de comunicação visual com mensagens e dicas relacionadas ao tema e apresentação de diversas práticas sustentáveis para educação e conscientização do participante.
Para endossar a proposta SWU, contaremos com a presença de ONGs no festival: será disponibilizado um espaço exclusivo para que essas organizações possam expor e apresentar ao público presente os trabalhos que desenvolvem.
Por fim, teremos o Fórum Global de Sustentabilidade, que, ao longo dos três dias do evento, trará especialistas, pensadores, empresários, representantes de entidades não-governamentais e de outras iniciativas para discutir com o público alguns dos principais temas da sustentabilidade. Os debates serão realizados sob uma grande tenda montada dentro do espaço do festival. Durante os três dias serão abordadas questões como Negócios Sustentáveis (desenvolvimento de produtos e economia verde), Inclusão e Minorias (o papel das mulheres, dos grupos regionais e outras minorias e o trabalho social em comunidades), Jovens e Meio Ambiente (como a geração do futuro pode contribuir, desde já, para a construção de um mundo sustentável).

e. Inclusão Social

Para contribuir com a geração de renda e a inclusão social, vamos contratar mão-de-obra local e pequenos fornecedores. Assim, haverá contratação de cooperativas regionais (Itu e Salto), para trabalharem no tratamento de todo o resíduo do festival, e de uma cooperativa da cidade de São Paulo, especializada em móveis recicláveis. São elas:

COMAREI – ITU

Cooperativa de recicláveis que tem como objetivos o cooperativismo, a capacitação e a profissionalização dos catadores como  agentes  da  limpeza e proteção ambiental. Atende 45 famílias através da coleta, triagem e venda dos materiais recicláveis às indústrias recicladoras. Tem uma ação inovadora por ser a responsável pela coleta seletiva de lixo em toda cidade de Itu, sendo referência em todo Brasil. A COMAREI estará presente na Estação de Reciclagem do SWU Music & Arts Festival.

CORBES – SALTO

Cooperativa de Reciclagem Boa Esperança, localizada na cidade de Salto, desenvolve ações que proporcionam a acentuação dos valores difundidos pelo cooperativismo, com distribuição de renda e agregação de valor ao trabalho; sensibilização da população para a reciclagem; e a validação do papel do catador como agente ambiental, primeiro elo da cadeia produtiva da reciclagem. Recentemente, a Corbes recebeu o certificado internacional “Best Practices”, como uma das melhores práticas sócio-ambientais do planeta, ganhando notoriedade mundial. Dar um destino útil ao lixo é uma excelente alternativa para a preservação do meio ambiente e também aumentar postos de trabalho. Na Corbes, por exemplo, atualmente, existem 43 cooperados, que sobrevivem deste serviço e que estarão presentes no festival.

ARTE EM PNEUS ASSOCIAÇÃO ARTESANAL – SÃO PAULO

É formada por Ecodesigners que promovem saberes sustentáveis e consciência ecológica. Auxiliam o desenvolvimento criativo e mostram caminhos para despertar o artista dentro de cada um, com respeito ao aprendizado mútuo e contínuo na relação do Facilitador com o grupo. São profissionais com experiência, que defendem com propriedade o conceito vivenciado e desenvolvido dia-a-dia pela Associação Artesanal que tem foco no estímulo criativo e na prática de atitudes ecológicas, assim denominados Multiplicadores, pois replicam técnicas artesanais de transformação de materiais inservíveis ou descartados, para que mais pessoas possam absorver e desenvolver esse conceito e cada vez mais limpar o Meio Ambiente. A associação já percorreu diversas cidades para ensinar pessoas, especialmente os jovens, a fazer dinheiro ou mobiliar suas casas com os pneus velhos. Até agora, 140 pessoas já foram capacitadas a tirar seu sustento desse tipo de reciclagem. Eles serão os responsáveis pelo mobiliário das áreas de descanso do festival.

f. Saúde e Segurança

Por meio do nosso Manual do Fornecedor e do treinamento oferecido antes do evento a todos os fornecedores, procuramos garantir um ambiente saudável e seguro a todos os envolvidos em nossas atividades.
Durante o Festival, contaremos com  três empresas de segurança, posto policial móvel na entrada e oficiais da polícia turística que darão todo o apoio necessário para o público. Além disso, seguranças motorizados farão patrulha constante no local. Câmeras 360° de alta definição e com infravermelho para gravar à noite vão auxiliar no monitoramento e estarão espalhadas por toda a arena. Os seguranças estarão numerados para garantir o padrão de qualidade no atendimento. O público terá um canal direto para reportar qualquer abuso. Através dessa identificação será possível substituir profissionais que não respeitarem as políticas de segurança do SWU.
O público do SWU Music and Arts Festival contará também com atendimento de saúde 24h na Arena Maeda. Serão 15 postos médicos espalhados pelo local, com profissionais qualificados, ambulâncias e um helicóptero ficará disponível para remoção, em casos de urgência.

g. Engajamento de Stakeholders

Acreditamos que o engajamento de todas as partes interessadas é essencial para a obtenção de nossos objetivos e para a difusão de valores comuns. Assim, buscamos estabelecer parcerias, realizar trabalhos conjuntos e compartilhar nossas diretrizes de sustentabilidade com todos os nossos públicos.

Fornecedores e Prestadores de Serviços em Geral

Foi criado um Manual para todos os nossos parceiros, de forma que possamos compartilhar nossas diretrizes e princípios e garantir que os aspectos da sustentabilidade estejam presentes em suas atividades e na execução de seus serviços.

Endomarketing Grupo Totalcom

No lançamento da campanha, os colaboradores do grupo Totalcom receberam um kit com ecobag, livro verde e uma camiseta e foram convidados a assinar o manifesto do movimento, engajando-se ao SWU. A campanha interna foi composta por uma série de peças espalhadas pela agência para despertar o olhar dos colaboradores para as pequenas atitudes que podem gerar grandes mudanças no ambiente de trabalho.

Guia para staff de patrocinadores

Todos os profissionais que não fazem parte da equipe de produção do Festival, mas farão parte do evento recebem uma cartilha contendo: conceito do movimento; guia de procedimentos dentro da área do evento com a padronização do sistema de descarte, funcionamento da central de reciclagem, política de redução de impactos ambientais (racionalização do uso de recursos – energia, água e materiais, além da mitigação de carbono); política de ética na contratação de mão de obra.

Endomarketing patrocinadores

Os patrocinadores também lançaram campanhas internas para engajar seus funcionários no movimento SWU. São diversas ações como: e-mail marketing, dicas e cartazes com mensagens sobre o movimento.

Comunidade Local

O engajamento da comunidade local se dará por meio das ações de inclusão social e contratação de fornecedores locais, que também receberão nosso Manual do Fornecedor e o treinamento dado a todos os outros fornecedores.

Governo

Foram realizadas ações de engajamento com órgãos governamentais. Assim, contamos com o apoio oficial da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo e da Prefeitura de Itu.

Público em geral

Ações pré-festival
Durante os meses precedentes ao festival têm sido realizados concursos, flash mobs e campanhas, procurando comunicar e conscientizar os participantes sobre questões relacionadas à sustentabilidade. Além dessas ações, o público do festival poderá acessar, através do portal SWU, um Guia de Conduta contendo informações sobre condutas seguras e sustentáveis, como: Acesso, Lixo, Consumo Consciente, Hospedagem, Acessibilidade, Alimentação, Pertences Pessoais, Cuidados Gerais.
Ações durante festival
Em todo o recinto do evento, haverá grande volume de comunicação visual com mensagens e dicas relacionadas ao tema e apresentação de práticas diversas para educação e conscientização do participante.

h. Utilização de voluntários

Estão sendo selecionados 60 voluntários, por meio de inscrições realizadas pela internet. Esses voluntários serão responsáveis pelo apoio aos deficientes físicos, monitoramento das ações ambientais (central de triagem, cultura orgânica, distribuição de bota-bitucas, informação ao público, camping e catering, praça de alimentação e acesso). O objetivo desse recrutamento é formar multiplicadores do movimento no Festival e nas comunidades em que atuam. Esse grupo, chamado de Angels, tem a oportunidade de ver o festival por um ângulo diferente: uma visão de dentro do festival, trabalhando e sendo parte importante na formação deste movimento. Os Angels são a ponte de conexão entre organização e público. Os Angels são também agentes multiplicadores, pessoas que vão ao festival ajudar e que depois do festival vão poder aplicar tudo o que viram lá no seu dia-a-dia e levar essa ideia à diante.

i. Transparência, ética e combate à corrupção

Temos pautado o relacionamento com todos os parceiros na ética e transparência e não aceitamos nenhuma forma de corrupção. Asseguramos isso por meio de nosso Manual do Fornecedor e de nosso Compromisso Público de Sustentabilidade.

j. Legislação Ambiental

Por meio de nosso Manual do Fornecedor, procuramos assegurar que todas as nossas atividades e de nossos parceiros estejam em conformidade com leis e regulamentos ambientais.

k. Baixo Impacto Ambiental

Nosso compromisso público de realizar um evento que busque, sempre que possível, reduzir, compensar ou eliminar seus impactos ambientais, será garantido por meio do nosso Manual do Fornecedor e de diversas ações a serem realizadas no Festival. Abaixo, explicitamos algumas dessas atividades.

Consumo de energia

Em todas as nossas ações buscaremos processos para garantir baixo consumo de energia:
Geradores: a maior parte da energia do festival virá de geradores, sendo que todos eles funcionam à base de biodiesel.
Ilha de Energia Solar: além de divulgar a tecnologia de geração de energia solar, estamos repondo uma parte da energia consumida pelo evento por uma energia gerada através de uma fonte limpa.
Celularia e Totem de Energia Solar: iremos deixar à disposição do público a energia gerada pela Ilha de Energia para recarga de celulares e afins.
Difusor de iluminação natural: tecnologia inovadora para difusão de iluminação solar, evitando o consumo de energia elétrica. Essa tecnologia será utilizada para iluminação da central de reciclagem e da celularia.
Economia de Energia do Público: quem levar conta de luz que comprove a redução no consumo de energia no último mês poderá comprar produtos SWU com 10% de desconto.
Uso de Lâmpadas LED: serão utilizadas sempre que possível, como nos telões dos palcos principais.
Uso de sensores de iluminação durante a noite nas áreas de camping.

Emissões de gases poluentes

Sempre que possível, iremos reduzir nossas emissões e buscaremos mitigar parte delas.
Mitigação de carbono: será realizado o plantio de milhares de árvores em área de preservação permanente na reserva de Mata Atlântica de Itu, próximo ao local de realização do evento. O plantio será realizado pela SOS Mata Atlântica, que certifica e monitora através do projeto Florestas do Futuro. Esse plantio é suficiente para a absorção de toneladas de carbono equivalentes às emissões de consumo de geradores, transporte aéreo de artístico, traslados, montagem e desmontagem.
Uso de geradores a biodiesel e placas de energia solar para a geração de energia do Festival.
Estímulo à redução da utilização de veículos automotores, privilegiando participantes que aderirem à Carona Solidária: descontos em estacionamento e pista preferencial para carros com mais de três pessoas.
Estímulo ao uso de transporte público: ônibus saindo de 4 bolsões em locais de fácil acesso da capital.

Descarte de Resíduos

Serão implantadas ações para a redução da quantidade de resíduos sólidos, sempre que possível. Além disso, será dada destinação correta a todos os resíduos resultantes de atividades relacionadas ao evento.
Estação de Reciclagem: todo o resíduo gerado pelo evento será encaminhado à estação de reciclagem. Nesse local, os recicláveis serão separados, compactados e pesados, ficando prontos para a reciclagem. O público terá visibilidade de todo o processo. Por fim, estes resíduos serão destinados a cooperativas de catadores da região.
Catering: Não serão utilizados talheres e pratos descartáveis no catering do festival.
Cultura Orgânica: a cultura orgânica receberá todo o resíduo orgânico gerado pelo evento, que será separado e destinado para a compostagem. Além da função de reciclagem, essa estação irá demonstrar ao público técnicas domésticas de gestão de resíduo orgânico. Serão expostas também técnicas de cultivo de hortaliças e alimentos orgânicos em culturas domésticas.
Distribuição de bota-bituca: para incentivar a correta destinação do microlixo serão distribuídos bota-bitucas para o público do festival.

Uso de materiais

Sempre que possível, daremos preferência ao uso de materiais reciclados ou recicláveis e que tenham origem certificada, de acordo com padrões sócio-ambientais.
Móveis: Grande parte dos móveis do festival será feita de material reciclado, principalmente, pneu e mesas feitas de tubos de pasta de dente.
Material gráfico: press kit, cartazes, flyers e books são produzidos utilizando papel certificado e tinta à base de água.
Cenografia/Estrutura: em partes da cenografia, utilizaremos contêineres reaproveitados. O restante será feito com materiais reciclados e madeira certificada. As pinturas serão feitas com tinta à base de água. Para diminuir o uso de materiais, muitas das artes serão feitas com projeções e LEDs. Todas as tendas são alugadas e poderão ser reaproveitadas em outros eventos.
Tinta Cerâmica: Tinta branca à base de cerâmica que diminui a temperatura interna de ambientes e reflete os raios solares, diminuindo a absorção de calor, contribuindo para a redução de temperatura externa.

Consumo de Água

Em todas as nossas ações buscaremos processos para garantirmos baixo consumo de água.
Banho Camping: vamos priorizar o consumo mínimo de água no evento. As duchas dos campings terão temporizador e o máximo de tempo que as pessoas poderão ter de banho são 7 minutos.

Impacto no Trânsito Local e Logística de Transporte

Estamos trabalhando para criar o máximo de alternativas de transporte para, além de dar conforto ao público, oferecer também segurança e agilidade sem causar transtornos aos demais usuários das rodovias envolvidas e, principalmente, diminuir a poluição.
Faremos uma ampla campanha incentivando as pessoas a se organizarem em grupos (com amigos e através das redes sociais) e participarem da carona solidária. A ação se dará da seguinte forma: quanto mais pessoas no veículo, menor o valor pago pelo estacionamento.
Além disso, bolsões de estacionamento serão criados: dois no entorno da cidade de Itu e quatro em São Paulo. Eles funcionarão com valores mais baixos que os outros estacionamentos do Festival e contarão com transporte direto para a Arena Maeda em diversos horários.
Serão montadas centrais de informação nos principais postos de combustível das rodovias que dão acesso ao evento. Nos pedágios, panfletos com mapas orientarão sobre os acessos e cuidados que o motorista deve ter na rodovia. Faixas de sinalização e orientação serão instaladas ao longo das estradas.
Para quem utilizar o carro, novos acessos estão sendo criados, além da estrada principal. Teremos acesso só para ônibus, vans e táxis; outro que será utilizado por artistas, caminhões de equipamentos, ambulâncias e acesso das caravanas; e, por fim, um acesso para carros e outros.


[1] Mestranda em Comunicação pela Cásper Líbero, Linha de Pesquisa Processos Midiáticos: Tecnologia e Mercado, Grupo de Pesquisa Comunicação e Cultura do Ouvir.