24/12/2010

José Pablo Feinman Existência Autêntica

Devemos buscar a existência autêntica, ter pensamentos nossos, autônomos. Nos libertarmos do estado de interpretado, de sermos pensados pelo sistema. Para tanto precisamos aceitar a finitude humana. É ela que torna precioso cada instante da nossa vida. A avidez por novidades e o consumismo só nos afasta dessa preciosidade do ser. A cada entrega às coisas, o homem se esquece do transcendente, do ser.

22/12/2010

Shirin Ebadi Nobel da Paz

"Se Dilma for ao Irã não deve usar véu, eu tenho de usar pois é lei, mas ela tem imunidade diplomática."


"O Irã cresceu apenas 1,7%, menos que o Iraque e o Afeganistão"

18/12/2010

Cancun supera as baixas expectativas

Por Danielle Denny




As negociações sobre mudanças climáticas que aconteceram entre 29/11 e 10/12/2010 surpreenderam. O documento final é apenas um começo para as negociações mais completas esperadas para o próximo ano em Durban, na África do Sul, mas conseguiu superar o retrocesso de compromissos, anunciado por Japão, Canadá e Rússia e o impasse imobilizante entre principalmente os dois maiores emissores de gases de efeito estufa: EUA e China. Os EUA, de fora do atual acordo de Kyoto, condicionando sua entrada à assunção de metas de redução por todos os países e China exigindo que os países desenvolvidos assumam maior responsabilidade de redução das emissões.

O acordo final conseguiu tomar uma forma sobre a qual todos os países puderam concordar, com exceção da Bolívia. A deliberação foi consensual, não por unanimidade. No consenso uma opinião minoritária pode ser rejeitada, desde que o ponto de vista tenha sido ouvido integralmente. Um país não tem poder de vetar a decisão dos demais 193, mas pode ficar de fora de qualquer ação ou programa que resulte dessa decisão consensual.

Houve avanços, apesar do acordado ainda ser pouco para substituir o atual Protocolo de Quioto de 1997 que expira em 2012 e atualmente obriga 37 países desenvolvidos a cumprirem metas de redução de gases de efeito estufa emitidos.

As responsabilidades comuns porém diferenciadas foram reafirmadas em Cancun. Todos os países têm de colaborar para mitigar as mudanças climáticas, os países desenvolvidos, contudo, devem assumir uma responsabilidade maior em relação aos países em desenvolvimento, devido a sua responsabilidade histórica pela emissão de carbono.

Confirmado também o acordo de Copenhaguem no tocante ao financiamento de US$30 bilhões a ser fornecido pelos países desenvolvidos aos países de menor desenvolvimento para cobrir os custos de adaptação às mudanças climáticas e mitigação das emissões, entre 2010 e 2012.

No longo prazo, os países desenvolvidos se comprometeram a levantar US$100 bilhões por ano a partir de 2020 para atender às necessidades dos países em desenvolvimento vinculadas às mudanças climáticas. A maioria dos recursos serão mobilizados por meio de um fundo novo a ser criado especialmente para mudanças climáticas, no qual mais da metade dos 40 assentos serão preenchidos por representantes dos países em desenvolvimento e que durante os 3 primeiros anos serão operados sob supervisão do Banco Mundial. A forma como esses valores serão levantados ainda é um empecilho para as negociações.

Para ter acesso a esse financiamento os países em desenvolvimento terão de tomar medidas quantificáveis e verificáveis de redução de gases de efeito estufa. A dificuldade era estabelecer se a soberania seria respeitada, conforme defendia a China e o Brasil, ou haveria um órgão supranacional, como advogavam os americanos. O texto de Cancun estabelece que a análise internacional será conduzida de maneira não invasiva, não punitiva e respeitando a soberania.


O acordo de Cancun também avançou na temática REDD+ (Reducing Emissions from Deforestation and Forest Degradation in Developing Countries) ao mencionar a necessidade de se respeitar os direitos das comunidades indígenas, de acordo com as normas do direito internacional.


Pouco se avançou, contudo, em termos de conservação das florestas, agricultura, transporte internacional e biocombustíveis, áreas de especial interesse para o Brasil.

10/12/2010

Resenha Comunicação espaço Cultura de Lucrécia Ferrara

ESPAÇO COMUNICA CULTURA

Por Danielle Denny

FERRARA, Lucrécia D´Alessio. Comunicação espaço Cultura. 1ª. ed. São Paulo: Annablume, 2008


Texto denso, teórico, aprofundado. Indispensável para quem pretende entender como a cultura de cada época influenciou a evolução do conceito de espaço desde a ágora grega até o ciberespaço.
A autora é professora doutora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade de São Paulo. Formada em Letras e Literatura, aposentou-se como professora titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Essa experiência multidisciplinar explica seu interesse pela temática do livro que articula idéias de tempo, espaço, cultura e comunicação. Além disso, explica porque a cátedra de Comunicação foi a escolhida, nas palavras da própria autora:
“Estamos às voltas com o ineludível diálogo transdisciplinar que caracteriza a comunicação como ciência e, talvez, com aquela realidade que lhe aponta a possibilidade científica de ser uma área voltada para as relações interdisciplinares de uma Comunicação do Conhecimento” (FERRARA, 2008:94)

Comunicar não é só falar e escrever. Existem outros textos não verbais que podem ser usados, como os sons, os cheiros e as imagens. Os espaços estão marcados por esses textos. Principalmente as transformações econômicas deixam na cidade marcas que contam uma história, mostram um conjunto de valores, refletem certos hábitos, revelam uma dada cultura. Para usar os conceitos de Milton Santos os fluxos impactam os fixos. Nesse contexto, a autora analisa as alterações urbanas da seguinte forma:
“...a moda que marcara a cidade cosmopolita é revisitada, mas seus vetores são trocados, substitui-se a visualidade e a troca de valores e hábitos por um modo de ser e um jeito de pensar criado por poucos para valer para todos. É o território do espetáculo para uma sociedade que transforma o cotidiano em rotina vivida em um espaço uniforme para um tempo de repetição; espaço e tempo redundantes, tecnologicamente produzidos para serem consumidos em horários e locais programados... Na metrópole transformada em simulacro tecnológico-eletrônico, o espetáculo não expõe o indivíduo, ao contrário, ele se mantém isolado e submisso ao domínio da massa de expectadores que o torna anônimo, enquanto o espetáculo é vivido como o efeito de uma espacialidade que está longe e é vivida imaginariamente. É a espetacularidade desse efeito que seduz o imaginário do sujeito eletrônico e o dissolve na massa de telespectadores... o próprio espaço não se deixa reconhecer na sua nova espacialidade; torna-se um hábito perceptivo e, enquanto simulacro, parece natural. Comunicar é levar a consumir espacialidades, imagens, espetáculos.” (FERRARA, 2008:67 e 68)
No histórico da aldeia, da cidade cosmopolita, da metrópole e da megalópole não são identificáveis rupturas. As características de uma não desaparecem totalmente quando a outra florece. Pelo contrário, a semiótica e os valores de hoje misturam-se com manifestações anteriores e é nessa continuidade que a cidade contemporânea com sua cibercultura precisa ser estudada:
“Se a metrópole traduziu a alteridade da cidade cosmopolita na imagem hiper-real de uma alteridade que atua como modelo eletrônico, a megalópole cria a compulsiva sedução de um outro anônimo, mas convincente enquanto exemplo que sugere reação imediata, um outro imaginado na interlocução de mensagens virtuais que apresentam uma alteridade vazia de corpo, mas exageradamente ativa enquanto estímulo mental... Surge a cibercultura virtual e frequentemente anônima ao mesmo tempo em que se constata um inegável alargamento do espaço público, que passa a ser planetário e seu veículo de comunicação não se restringe à palavra, mas se expande em uma ação de novas características democráticas, pois, virtual, essa democracia não se submete a monopólios do estado, de programas ou de ideologias. As relações vão além do espaço público cosmopolita, ou melhor, recria-se domínio público, mas, agora, sem limites geográficos, sociais ou territoriais.” (FERRARA, 2008: 71 e 72)

Ainda nesse contexto a autora atualiza a definição de Marshall Macluhan de que o meio é a mensagem:
“...passa-se da comunicação que organiza a mensagem e estabelece relações entre um emissor e seus receptores para a compreensão da organização que estabelece vínculos comunicativos, não através do que é dito, mas através do modo como é dito, ou seja, o espaço enquanto meio faz-se notar, mediativamente através das espacialidades que o representam. No panorama da cultura encontramos não o espaço como suporte, mas seus efeitos quando passa de meio à mediação; desse modo o meio espaço é a mensagem através das espacialidades que registram sua organização informativa e criam distintos ambientes culturais.” (FERRARA, 2008:74)

Identifica, também, como não produtiva a nostalgia pela perda dos cenários próprios das organizações urbanas anteriores (como a aldeia e a cidade cosmopolita). A necessidade é de identificar as alterações da cibercultura e perceber o cotidiano do ciberespaço de modo a aprender constantemente novas experiências:
“...Estamos ante um novo desenho do espaço e da cultura. É o ciberespaço que desestabiliza a geografia do espaço físico e territorial, social ou político, e a cibercultura, que, sem paradigmas e em aceleração, desafia as antigas premissas de comportamento e valores culturais... Agora, o espaço é global e o tempo, real, ou seja, sem a medida cronométrica que o submetia à precisão de calendários ou relógios: o espaço de lá está aqui e o tempo de ontem é hoje, presente. Convergem o ontem e o hoje, o passsado e o futuro, o tempo e o espaço. As técnica... suprimiram a distância como diferença, banalizaram definitivamente o deslocamento e engoliram a velocidade: a aceleração é a nova medida da velocidade... Perdeu-se a convivência com o tempo demorado e longo que permitia a interpretação e com ela a possibilidade de rotina que firmava identidades e reconhecimentos.” (FERRARA, 2008:116, 117 e 119)

As percepções de tempo e espaço foram alterados pela cibercultura:
 “...para a cibercultura, o tempo não é real, porque não existe o irreal, também o espaço não é perto ou distante, porque não se desloca, mas simplesmente é... Em tempo real e espaço presente, surge o ciberespaço... a dificuldade de interpretar o contínuo presente está em desistir do tempo como parâmetro ordenador do espaço vivido e em admitir que é possível viver, em aceleração e intensidade contínuas, todos os tempos e espaços. A emergência do ciberespaço assinala o contínuo acelerado da cultura.” (FERRARA, 2008:121 e 123)

Várias áreas do conhecimento têm como objeto o espaço urbano, entre elas a: geografia, arquitetura, demografia, sociologia, economia, política. Cada qual estuda uma especificidade, mas, para fazer suas análises, todas dependem das representações e dos signos deixados pelo ser humano no tempo e no espaço. São eles que mostram como o indivíduo se relaciona com a cidade, dela se apropria e a transforma. Essa linguagem se relaciona com o tempo e o espaço e assim deve ser estudada:
“Na realidade, enquanto fenômenos mutáveis e intercambiáveis, o tempo e o espaço não podem ser estudados como instâncias absolutas de um modo de ser, ao contrário, se manifestam, apenas, como aparências passageiras, como possibilidades contínuas e mutáveis. A dobra conforme dobra é a melhor definição.” (FERRARA, 2008:125)

Dada essa pertinência do estudo do espaço, inclusive para outras áreas de conhecimento, a autora produz uma obra de singular relevância:
 “...espaço é, ao mesmo tempo, cenário e ator da vida no mundo, porém não se apresenta diretamente, ao contrário, faz-se presente através de espacialidades e, sobretudo, através das relações que se pode estabelecer entre as suas diferentes manifestações ... essas epacialidades surgem na comunicação de sentidos, valores e ideologias ... nas representações imaginárias ...; e sobretudo nas reminiscências e memórias informativas...” (FERRARA, 2008:191 e 192)

Por fim, a forma adotada pela edição do livro é muito prática. A cada capítulo seguem, além da bibliografia e das notas, um índice remissivo das questões estudadas. Assim, quem se interessa por uma temática em especial pode, sem perda de tempo, acessar diretamentente as informações relativas a esse tema.


06/12/2010

Relatório Interprogramas 2010, mesa 9

Revolução digital exige nova forma de produção audiovisual

Por Danielle Denny

Relatório sobre as principais idéias debatidas durante o 6º Interprogramas, organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero, na mesa 9, sobre Cinema e Televisão, entre os dias 5 e 6 de novembro de 2010.

A proposta do evento foi reunir 88 mestrandos de 25 programas de mestrado de vários estados do Brasil para exercitar a produção e discussão acadêmica, ampliar possibilidades de diálogo entre discentes e docentes e promover oportunidades de interlocução.

A mesa 9 sobre Cinema e Televisão teve como debatedores o Prof. Dr. Silvio Henrique Barbosa e o Prof. Dr. Pedro Henrique Ortiz. O primeiro mestrando a se apresentar foi André Luiz Salata Venancio da Universidade Anhembi Murumbi, com o tema Convergência dos meios de comunicação, cultura participativa e inteligência coletiva na série televisual Lost.

A série Lost criou enredo em estrutura seqüenciada, baseada em mitologia sobre uma ilha com poderes sobrenaturais, A análise teórica da série se baseou em três conceitos.

1- Convergência nos meios de comunicação: Lost foi uma inovação em termos de interatividade, colocou fim na passividade dos fãs. Não se baseou só na TV (principal suporte) mas se expandiu para outros mídia (blogs, chats, espaço para fãs deixarem perguntas que eram respondidas pelos produtores, “alternate reality games” - ARGs e feiras). Nesses ambientes se descobriam coisas que não eram explicadas na TV, quem assistiu só à série ficou perdido. Contudo ao mesmo tempo que favoreceu a interatividade promoveu o deslocamento midiático, os expectadores migraram da TV para outros media, passaram a assistir à série nos sites, via “torrents”

2- Cultura participativa: os espectadores de Lost eram ativos, o que contrasta com a antiga passividade. O blog no Brasil, Lost in Lost, por exemplo, tinha tanta participação que mereceu apoio da rede Globo. Era animado pela busca constante por “easter eggs” símbolos espalhados nos episódios, as especulações eram esclarecidas semanalmente pelos produtores, via pod cast.

3 -Inteligência coletiva: ninguém nunca soube tudo, nem saberá tudo sobre Lost. Os blogs criavam teorias, existiam pessoas infiltradas (spoillers), foi criada uma Lostpedia, enciclopédia colaborativa, e vários podcast e vídeocast, como as respostas semanais dos produtores aos espectadores.

O sucesso de Lost comprova que para uma serie fazer sucesso nos dias de hoje, precisa trazer o público para dentro do enredo através das ações midiáticas, mas essa prática apresenta desafios como evitar o deslocamento midiático.

Danielle Denny é mestranda da Cásper Líbero.

Tags. Interprogramas, Cinema e Televisão, Lost, Convergência, Revolução digital




Marco regulatório audiovisual reflete briga de titãns

Por Danielle Denny

Relatório sobre as principais idéias debatidas durante o 6º Interprogramas, organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero, na mesa 9, sobre Cinema e Televisão, entre os dias 5 e 6 de novembro de 2010.

A proposta do evento foi reunir 88 mestrandos de 25 programas de mestrado de vários estados do Brasil para exercitar a produção e discussão acadêmica, ampliar possibilidades de diálogo entre discentes e docentes e promover oportunidades de interlocução.

A mesa 9 sobre Cinema e Televisão teve como debatedores o Prof. Dr. Silvio Henrique Barbosa e o Prof. Dr. Pedro Henrique Ortiz. A segunda mestranda a se apresentar foi Diólia Graziano da Faculdade Cásper Líbero.

O PL 29/2007, que atualmente tramita no Senado Federal e estabelece os limites para a TV digital entre as empresas de telecomunicações e as tradicionais emissoras de televisão, foi analizado em termos processuais e históricos. Foi mencionado, ainda, um breve histórico sobre a Lei do Cabo no Brasil, a crise de 2001 que diminuiu a influência da Globo e possibilitou acomodação de interesses com as empresas internacionais e a concessão de novas outorgas pela Anatel.

A transmissão televisiva brasileira na atualidade é 80% terrestre e aberta, via ondas eletromagnética, 11% via satélite e 6% cabo. Assim, o problema da TV paga no Brasil é o modelo de negócio. Adotamos o padrão nipobrasileiro de TV digital, mas falta regulamentação sobre canal de retorno. O embate entre radiodifusores e telecomunicadores continua. No mundo, telecomunicadores são os grandes provedores de IPTV.

Danielle Denny é mestranda da Cásper Líbero.

Tags. Interprogramas, Cinema e Televisão, Legislação audiovisual


Emoções são o que vinculam os espectadores a um filme

Por Danielle Denny

Relatório sobre as principais idéias debatidas durante o 6º Interprogramas, organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero, na mesa 9, sobre Cinema e Televisão, entre os dias 5 e 6 de novembro de 2010.

A proposta do evento foi reunir 88 mestrandos de 25 programas de mestrado de vários estados do Brasil para exercitar a produção e discussão acadêmica, ampliar possibilidades de diálogo entre discentes e docentes e promover oportunidades de interlocução.

A mesa 9 sobre Cinema e Televisão teve como debatedores o Prof. Dr. Silvio Henrique Barbosa e o Prof. Dr. Pedro Henrique Ortiz. O terceiro mestrando a se apresentar foi Fernando José Biscalchin da Faculdade Cásper Líbero.

A temática foi a construção do personagem no cinema. Trata-se de um processo mais antropológico que tecnológico, no qual o importante é copiar e colar sentimentos humanos. São eles que geram a identificação entre espectador e personagem.

Os exemplos usados foram dois filmes. Grande Menina Pequena Mulher, http://www.cinepop.com.br/filmes/grandemenina.htm, no qual uma mulher aprende com a outra. No entanto os homens também se identificam com ele, pois é universal o sofrimento de perder os pais ou de não obter reconhecimento deles. E A Estrada, http://www.cinepop.com.br/filmes/estrada.htm, que mostra um pai ensinando o filho a ser pessoa decente. Apesar de serem dois personagens masculinos a identificação é forte também entre o público feminino, pois todos reconhecem o sofrimento abordado.

O processo de conhecimento entre espectador e personagem se dá em três estágios. No primeiro, fisico e imediato, os personagens são julgados pela aparência, se usa terno é advogado, por exemplo. No estagio social surgem as afinidades e gostos, torce para um determinado time, toma sorvete de um dado sabor. E no estagio psicológico, são revelados problemas internos, traumas, é pedófilo. Normalmente os roteiristas observadores do humano brincam com esses estágios. Como avisa Eliane Brum, em seu livro A Vida Que Ninguém Vê., na ficção tudo e possível. É preciso desconfiar dos heróis, eles só se aproximam da realidade

Danielle Denny é mestranda da Cásper Líbero.

Tags. Interprogramas, Cinema e Televisão, Personagens


NÃO EXISTE VERDADE OU FALSIDADE NOS FILMES

Por Danielle Denny

Relatório sobre as principais idéias debatidas durante o 6º Interprogramas, organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero, na mesa 9, sobre Cinema e Televisão, entre os dias 5 e 6 de novembro de 2010.

A proposta do evento foi reunir 88 mestrandos de 25 programas de mestrado de vários estados do Brasil para exercitar a produção e discussão acadêmica, ampliar possibilidades de diálogo entre discentes e docentes e promover oportunidades de interlocução.

A mesa 9 sobre Cinema e Televisão teve como debatedores o Prof. Dr. Silvio Henrique Barbosa e o Prof. Dr. Pedro Henrique Ortiz. A quarta mestranda a se apresentar foi Georgia da Cruz Pereira, da Universidade Federal do Ceará.

A temática foi a constituição do dispositivo fílmico no documentário. Os exemplos dados foram 'FilmeFobia', http://video.br.msn.com/watch/video/filmefobia/d3nhb9zn , vencedor do Festival de Brasília, e '33', http://www.youtube.com/watch?v=9h1YkS2T95A, de Kiko Goifman. Ambos partem da premissa que não existe verdade ou falsidade nos filmes, existe apenas uma verdade criada, própria do filme, é a verdade da imagem. Por isso os dois exemplos se encontram na fronteira entre gênero documental e ficcional

São filmes de processo, de bastidores, não há linearidade nem produção. O importante é a dimensão metalinguística que norteia o fazer fílmico. Portanto é metafilme e trata de documentário e de ficção ao mesmo tempo. Além disso, não ignora a existência de um dispositivo arquitetônico narrativo, estão todos os espectadores voltados para a tela. Esse dispositivo também pode ser entendido como matriz da narrativa.

Ao contrário do que muitos pensam, em 'FilmeFobia' o medo não é o dispositivo principal é só o agenciador dos outros dispositivos estéticos e com características narrativas próprias. O risco do real, por exemplo é importante para o filme que foi feito sem roteiro. Busca com isso mostrar que nossa vida já é toda roteirizada para burlar o risco do real mas que, apesar disso, sempre vai haver o imponderável.

Danielle Denny é mestranda da Cásper Líbero.

Tags. Interprogramas, Cinema e Televisão, Filmefobia


Motion Graphics contam história

Por Danielle Denny

Relatório sobre as principais idéias debatidas durante o 6º Interprogramas, organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero, na mesa 9, sobre Cinema e Televisão, entre os dias 5 e 6 de novembro de 2010.

A proposta do evento foi reunir 88 mestrandos de 25 programas de mestrado de vários estados do Brasil para exercitar a produção e discussão acadêmica, ampliar possibilidades de diálogo entre discentes e docentes e promover oportunidades de interlocução.

A mesa 9 sobre Cinema e Televisão teve como debatedores o Prof. Dr. Silvio Henrique Barbosa e o Prof. Dr. Pedro Henrique Ortiz. O quinto mestrando a se apresentar foi Luciano de Souza, da Universidade São Caetano do Sul.

A temática foi a linguagem dos motion graphics nos videoclipes brasileiros em busca da sintonia entre música e gráfico. O termo motion graphic foi cunhado por John Whitney em 1972 é uma linguagem que se caracteriza por animação e manipulação de imagens em movimento por meio de computadores o que permite animar diferentes tipos de representação audiovisual (vídeos, fotos, tipografia e elementos gráficos). Encontra-se na ronteira entre vídeo design animação e efeitos visuais.

O exemplo analisado foi o vídeo de Marcelo D2, Em Busca da Batida Perfeita, http://www.youtube.com/watch?v=PkAnVj2rGto&feature=related, que faz a conexão entre samba e rap, traduzindo o espírito da periferia. Nesse caso o motion graphic foi usado para resgatar o histório, as raízes do samba, principalmente do partido-alto, sub-gênero de samba mais cantado e improvisado como o rap, ao estilo das composições de Nei Lopes.


Danielle Denny é mestranda da Cásper Líbero.

Tags. Interprogramas, Cinema e Televisão, motion graphics


PUBLICIDADE FEITA PELO PÚBLICO


Por Danielle Denny

Relatório sobre as principais idéias debatidas durante o 6º Interprogramas, organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero, na mesa 9, sobre Cinema e Televisão, entre os dias 5 e 6 de novembro de 2010.

A proposta do evento foi reunir 88 mestrandos de 25 programas de mestrado de vários estados do Brasil para exercitar a produção e discussão acadêmica, ampliar possibilidades de diálogo entre discentes e docentes e promover oportunidades de interlocução.

A mesa 9 sobre Cinema e Televisão teve como debatedores o Prof. Dr. Silvio Henrique Barbosa e o Prof. Dr. Pedro Henrique Ortiz. O sexto mestrando a se apresentar foi Marcos Ryo Hashimoto da Faculdade Cásper Líbero.

O tema abordado foi o uso do trabalho coletivo na produção do filme publicitário, que ainda é raro, no máximo 2 equipes dividem o trabalho. Mas há possibilidade e tecnologia para aumentar a colaboração. A computação gráfica já aplica essa divisão coletiva do trabalho pelo mundo todo. Algumas experiências de divulgação musical também já foram tentadas, como por exemplo o clip da banda Sour Hibi No Neiro http://vimeo.com/5545069 e o show do Radiohead http://raindown.com.br/. Outra alternativa é a aplicada pelo site ZOOPPA http://zooppa.com.br/ no qual se leiloa conteúdo publicitário. E para completar, o manifesto remix http://ripremix.com/ propõe a colaboração ir além, até a edição.

O problema então é coordenar as condições técnicas e jurídicas com a metodologia correta, usando as estruturas sintáticas e morfológicas adequadas para garantir a unidade gráfica, técnica e conceitual de como cada um vai receber a informação.

Danielle Denny é mestranda da Cásper Líbero.

Tags. Interprogramas, Cinema e Televisão, colaboração



Animação pode ser documentário

Por Danielle Denny

Relatório sobre as principais idéias debatidas durante o 6º Interprogramas, organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero, na mesa 9, sobre Cinema e Televisão, entre os dias 5 e 6 de novembro de 2010.

A proposta do evento foi reunir 88 mestrandos de 25 programas de mestrado de vários estados do Brasil para exercitar a produção e discussão acadêmica, ampliar possibilidades de diálogo entre discentes e docentes e promover oportunidades de interlocução.

A mesa 9 sobre Cinema e Televisão teve como debatedores o Prof. Dr. Silvio Henrique Barbosa e o Prof. Dr. Pedro Henrique Ortiz. A sétima mestranda a se apresentar foi Maria Ines Dieuzeide Santos Souza, da Universidade Federal de Sao Carlos.

A análise foi feita sobre o filme Valsa com Bashir http://www.youtube.com/watch?v=Ak_2NWhr_g4. Nessa animação o peso do mundo é tratado de forma documental, sem necessidade de serem usadas imagens históricas. A estrutura assertiva estabelece afirmação sobre o mundo do eu e sobre o eu que enuncia. Assim, consegue abordar perspectiva privada dos massacres de Sabre e Chatila, contra os refugiados palestinos, durante a guerra do Líbano. A animação permite um avanço para os documentários, por meio dela poderão valorizar aspectos subjetivos e documentar o indocumentado.

A preocupação de descaracterizar o documentário não é pertinente, pois não há narrador neutro. Em qualquer filme na dimensão da tomada as imagens são mediadas pela maquina, câmera. O diretor faz sempre o seu recorte ideológico sobre a realidade. Busca trazer para o espectador a presença do acontecimento escolhido. Assim, ao invés do mediador ser a câmerea, será a animação.

Danielle Denny é mestranda da Cásper Líbero.

Tags. Interprogramas, Cinema e Televisão, Documentário


Distribuição cinematográfica enfrenta dificuldades entre Brasil e Argentina

Por Danielle Denny

Relatório sobre as principais idéias debatidas durante o 6º Interprogramas, organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero, na mesa 9, sobre Cinema e Televisão, entre os dias 5 e 6 de novembro de 2010.

A proposta do evento foi reunir 88 mestrandos de 25 programas de mestrado de vários estados do Brasil para exercitar a produção e discussão acadêmica, ampliar possibilidades de diálogo entre discentes e docentes e promover oportunidades de interlocução.

A mesa 9 sobre Cinema e Televisão teve como debatedores o Prof. Dr. Silvio Henrique Barbosa e o Prof. Dr. Pedro Henrique Ortiz. A oitava mestranda a se apresentar foi Marília Schramm Régio, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

A temática foi a dificuldade de distribuição cinematográfia entre Brasil e Argentina, foram estudados os longa-metragens distribuídos entre esses dois países em 2009 e constatou-se que 30% das verbas dos filmes são para distribuição, em média, e que em 85% das salas de exibição há produções norte-americanas, (o padrão se mantém para o resto do mundo, a exceção é Bollywood, na Índia e NollyWood, na Nigéria).

Em 2003, houve a RECAM, reunião especializada sobre a circulação audiovisual no MERCOSUL, onde as leis fomentam a produção mas se omitem em termos de distribuição, porém pouco se avançou, é preciso maior cooperação entre o INCAA (Instituto Nacional del Cine y del Audiovisual Argentino) e a ANCINE.

Pouquíssimos filmes argentinos foram distribuídos no Brasil em 2009: "Ninho Vazio", de Daniel Burman http://mais.uol.com.br/view/a56q6zv70hwb/trailer-do-filme-ninho-vazio-04023366CC916326?types=A, “A Janela” de Carlos Sorin http://cinema.uol.com.br/ultnot/multi/2009/04/29/0402306ACC811346.jhtm?trailer-do-filme-a-janela-0402306ACC811346=, “O fundo do mar” de Damián Szifron http://vimeo.com/15112112, “A vila 21” de Ezio Massa http://www.youtube.com/watch?v=9kI_SF1qXIM, “Alguns motivos para não se apaixonar” de Mariano Mucci http://mais.uol.com.br/view/a56q6zv70hwb/trailer-do-filme-alguns-motivos-para-nao-se-apaixonar-04021B3770E48103A6?fullimage=1&types=A e “Um namorado para minha esposa” de Juan Taraturo http://cinema.uol.com.br/ultnot/multi/2009/11/12/04023468CCA97366.jhtm.

Danielle Denny é mestranda da Cásper Líbero.

Tags. Interprogramas, Cinema e Televisão, Argentina