06/12/2010

Relatório Interprogramas 2010, mesa 9

Revolução digital exige nova forma de produção audiovisual

Por Danielle Denny

Relatório sobre as principais idéias debatidas durante o 6º Interprogramas, organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero, na mesa 9, sobre Cinema e Televisão, entre os dias 5 e 6 de novembro de 2010.

A proposta do evento foi reunir 88 mestrandos de 25 programas de mestrado de vários estados do Brasil para exercitar a produção e discussão acadêmica, ampliar possibilidades de diálogo entre discentes e docentes e promover oportunidades de interlocução.

A mesa 9 sobre Cinema e Televisão teve como debatedores o Prof. Dr. Silvio Henrique Barbosa e o Prof. Dr. Pedro Henrique Ortiz. O primeiro mestrando a se apresentar foi André Luiz Salata Venancio da Universidade Anhembi Murumbi, com o tema Convergência dos meios de comunicação, cultura participativa e inteligência coletiva na série televisual Lost.

A série Lost criou enredo em estrutura seqüenciada, baseada em mitologia sobre uma ilha com poderes sobrenaturais, A análise teórica da série se baseou em três conceitos.

1- Convergência nos meios de comunicação: Lost foi uma inovação em termos de interatividade, colocou fim na passividade dos fãs. Não se baseou só na TV (principal suporte) mas se expandiu para outros mídia (blogs, chats, espaço para fãs deixarem perguntas que eram respondidas pelos produtores, “alternate reality games” - ARGs e feiras). Nesses ambientes se descobriam coisas que não eram explicadas na TV, quem assistiu só à série ficou perdido. Contudo ao mesmo tempo que favoreceu a interatividade promoveu o deslocamento midiático, os expectadores migraram da TV para outros media, passaram a assistir à série nos sites, via “torrents”

2- Cultura participativa: os espectadores de Lost eram ativos, o que contrasta com a antiga passividade. O blog no Brasil, Lost in Lost, por exemplo, tinha tanta participação que mereceu apoio da rede Globo. Era animado pela busca constante por “easter eggs” símbolos espalhados nos episódios, as especulações eram esclarecidas semanalmente pelos produtores, via pod cast.

3 -Inteligência coletiva: ninguém nunca soube tudo, nem saberá tudo sobre Lost. Os blogs criavam teorias, existiam pessoas infiltradas (spoillers), foi criada uma Lostpedia, enciclopédia colaborativa, e vários podcast e vídeocast, como as respostas semanais dos produtores aos espectadores.

O sucesso de Lost comprova que para uma serie fazer sucesso nos dias de hoje, precisa trazer o público para dentro do enredo através das ações midiáticas, mas essa prática apresenta desafios como evitar o deslocamento midiático.

Danielle Denny é mestranda da Cásper Líbero.

Tags. Interprogramas, Cinema e Televisão, Lost, Convergência, Revolução digital




Marco regulatório audiovisual reflete briga de titãns

Por Danielle Denny

Relatório sobre as principais idéias debatidas durante o 6º Interprogramas, organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero, na mesa 9, sobre Cinema e Televisão, entre os dias 5 e 6 de novembro de 2010.

A proposta do evento foi reunir 88 mestrandos de 25 programas de mestrado de vários estados do Brasil para exercitar a produção e discussão acadêmica, ampliar possibilidades de diálogo entre discentes e docentes e promover oportunidades de interlocução.

A mesa 9 sobre Cinema e Televisão teve como debatedores o Prof. Dr. Silvio Henrique Barbosa e o Prof. Dr. Pedro Henrique Ortiz. A segunda mestranda a se apresentar foi Diólia Graziano da Faculdade Cásper Líbero.

O PL 29/2007, que atualmente tramita no Senado Federal e estabelece os limites para a TV digital entre as empresas de telecomunicações e as tradicionais emissoras de televisão, foi analizado em termos processuais e históricos. Foi mencionado, ainda, um breve histórico sobre a Lei do Cabo no Brasil, a crise de 2001 que diminuiu a influência da Globo e possibilitou acomodação de interesses com as empresas internacionais e a concessão de novas outorgas pela Anatel.

A transmissão televisiva brasileira na atualidade é 80% terrestre e aberta, via ondas eletromagnética, 11% via satélite e 6% cabo. Assim, o problema da TV paga no Brasil é o modelo de negócio. Adotamos o padrão nipobrasileiro de TV digital, mas falta regulamentação sobre canal de retorno. O embate entre radiodifusores e telecomunicadores continua. No mundo, telecomunicadores são os grandes provedores de IPTV.

Danielle Denny é mestranda da Cásper Líbero.

Tags. Interprogramas, Cinema e Televisão, Legislação audiovisual


Emoções são o que vinculam os espectadores a um filme

Por Danielle Denny

Relatório sobre as principais idéias debatidas durante o 6º Interprogramas, organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero, na mesa 9, sobre Cinema e Televisão, entre os dias 5 e 6 de novembro de 2010.

A proposta do evento foi reunir 88 mestrandos de 25 programas de mestrado de vários estados do Brasil para exercitar a produção e discussão acadêmica, ampliar possibilidades de diálogo entre discentes e docentes e promover oportunidades de interlocução.

A mesa 9 sobre Cinema e Televisão teve como debatedores o Prof. Dr. Silvio Henrique Barbosa e o Prof. Dr. Pedro Henrique Ortiz. O terceiro mestrando a se apresentar foi Fernando José Biscalchin da Faculdade Cásper Líbero.

A temática foi a construção do personagem no cinema. Trata-se de um processo mais antropológico que tecnológico, no qual o importante é copiar e colar sentimentos humanos. São eles que geram a identificação entre espectador e personagem.

Os exemplos usados foram dois filmes. Grande Menina Pequena Mulher, http://www.cinepop.com.br/filmes/grandemenina.htm, no qual uma mulher aprende com a outra. No entanto os homens também se identificam com ele, pois é universal o sofrimento de perder os pais ou de não obter reconhecimento deles. E A Estrada, http://www.cinepop.com.br/filmes/estrada.htm, que mostra um pai ensinando o filho a ser pessoa decente. Apesar de serem dois personagens masculinos a identificação é forte também entre o público feminino, pois todos reconhecem o sofrimento abordado.

O processo de conhecimento entre espectador e personagem se dá em três estágios. No primeiro, fisico e imediato, os personagens são julgados pela aparência, se usa terno é advogado, por exemplo. No estagio social surgem as afinidades e gostos, torce para um determinado time, toma sorvete de um dado sabor. E no estagio psicológico, são revelados problemas internos, traumas, é pedófilo. Normalmente os roteiristas observadores do humano brincam com esses estágios. Como avisa Eliane Brum, em seu livro A Vida Que Ninguém Vê., na ficção tudo e possível. É preciso desconfiar dos heróis, eles só se aproximam da realidade

Danielle Denny é mestranda da Cásper Líbero.

Tags. Interprogramas, Cinema e Televisão, Personagens


NÃO EXISTE VERDADE OU FALSIDADE NOS FILMES

Por Danielle Denny

Relatório sobre as principais idéias debatidas durante o 6º Interprogramas, organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero, na mesa 9, sobre Cinema e Televisão, entre os dias 5 e 6 de novembro de 2010.

A proposta do evento foi reunir 88 mestrandos de 25 programas de mestrado de vários estados do Brasil para exercitar a produção e discussão acadêmica, ampliar possibilidades de diálogo entre discentes e docentes e promover oportunidades de interlocução.

A mesa 9 sobre Cinema e Televisão teve como debatedores o Prof. Dr. Silvio Henrique Barbosa e o Prof. Dr. Pedro Henrique Ortiz. A quarta mestranda a se apresentar foi Georgia da Cruz Pereira, da Universidade Federal do Ceará.

A temática foi a constituição do dispositivo fílmico no documentário. Os exemplos dados foram 'FilmeFobia', http://video.br.msn.com/watch/video/filmefobia/d3nhb9zn , vencedor do Festival de Brasília, e '33', http://www.youtube.com/watch?v=9h1YkS2T95A, de Kiko Goifman. Ambos partem da premissa que não existe verdade ou falsidade nos filmes, existe apenas uma verdade criada, própria do filme, é a verdade da imagem. Por isso os dois exemplos se encontram na fronteira entre gênero documental e ficcional

São filmes de processo, de bastidores, não há linearidade nem produção. O importante é a dimensão metalinguística que norteia o fazer fílmico. Portanto é metafilme e trata de documentário e de ficção ao mesmo tempo. Além disso, não ignora a existência de um dispositivo arquitetônico narrativo, estão todos os espectadores voltados para a tela. Esse dispositivo também pode ser entendido como matriz da narrativa.

Ao contrário do que muitos pensam, em 'FilmeFobia' o medo não é o dispositivo principal é só o agenciador dos outros dispositivos estéticos e com características narrativas próprias. O risco do real, por exemplo é importante para o filme que foi feito sem roteiro. Busca com isso mostrar que nossa vida já é toda roteirizada para burlar o risco do real mas que, apesar disso, sempre vai haver o imponderável.

Danielle Denny é mestranda da Cásper Líbero.

Tags. Interprogramas, Cinema e Televisão, Filmefobia


Motion Graphics contam história

Por Danielle Denny

Relatório sobre as principais idéias debatidas durante o 6º Interprogramas, organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero, na mesa 9, sobre Cinema e Televisão, entre os dias 5 e 6 de novembro de 2010.

A proposta do evento foi reunir 88 mestrandos de 25 programas de mestrado de vários estados do Brasil para exercitar a produção e discussão acadêmica, ampliar possibilidades de diálogo entre discentes e docentes e promover oportunidades de interlocução.

A mesa 9 sobre Cinema e Televisão teve como debatedores o Prof. Dr. Silvio Henrique Barbosa e o Prof. Dr. Pedro Henrique Ortiz. O quinto mestrando a se apresentar foi Luciano de Souza, da Universidade São Caetano do Sul.

A temática foi a linguagem dos motion graphics nos videoclipes brasileiros em busca da sintonia entre música e gráfico. O termo motion graphic foi cunhado por John Whitney em 1972 é uma linguagem que se caracteriza por animação e manipulação de imagens em movimento por meio de computadores o que permite animar diferentes tipos de representação audiovisual (vídeos, fotos, tipografia e elementos gráficos). Encontra-se na ronteira entre vídeo design animação e efeitos visuais.

O exemplo analisado foi o vídeo de Marcelo D2, Em Busca da Batida Perfeita, http://www.youtube.com/watch?v=PkAnVj2rGto&feature=related, que faz a conexão entre samba e rap, traduzindo o espírito da periferia. Nesse caso o motion graphic foi usado para resgatar o histório, as raízes do samba, principalmente do partido-alto, sub-gênero de samba mais cantado e improvisado como o rap, ao estilo das composições de Nei Lopes.


Danielle Denny é mestranda da Cásper Líbero.

Tags. Interprogramas, Cinema e Televisão, motion graphics


PUBLICIDADE FEITA PELO PÚBLICO


Por Danielle Denny

Relatório sobre as principais idéias debatidas durante o 6º Interprogramas, organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero, na mesa 9, sobre Cinema e Televisão, entre os dias 5 e 6 de novembro de 2010.

A proposta do evento foi reunir 88 mestrandos de 25 programas de mestrado de vários estados do Brasil para exercitar a produção e discussão acadêmica, ampliar possibilidades de diálogo entre discentes e docentes e promover oportunidades de interlocução.

A mesa 9 sobre Cinema e Televisão teve como debatedores o Prof. Dr. Silvio Henrique Barbosa e o Prof. Dr. Pedro Henrique Ortiz. O sexto mestrando a se apresentar foi Marcos Ryo Hashimoto da Faculdade Cásper Líbero.

O tema abordado foi o uso do trabalho coletivo na produção do filme publicitário, que ainda é raro, no máximo 2 equipes dividem o trabalho. Mas há possibilidade e tecnologia para aumentar a colaboração. A computação gráfica já aplica essa divisão coletiva do trabalho pelo mundo todo. Algumas experiências de divulgação musical também já foram tentadas, como por exemplo o clip da banda Sour Hibi No Neiro http://vimeo.com/5545069 e o show do Radiohead http://raindown.com.br/. Outra alternativa é a aplicada pelo site ZOOPPA http://zooppa.com.br/ no qual se leiloa conteúdo publicitário. E para completar, o manifesto remix http://ripremix.com/ propõe a colaboração ir além, até a edição.

O problema então é coordenar as condições técnicas e jurídicas com a metodologia correta, usando as estruturas sintáticas e morfológicas adequadas para garantir a unidade gráfica, técnica e conceitual de como cada um vai receber a informação.

Danielle Denny é mestranda da Cásper Líbero.

Tags. Interprogramas, Cinema e Televisão, colaboração



Animação pode ser documentário

Por Danielle Denny

Relatório sobre as principais idéias debatidas durante o 6º Interprogramas, organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero, na mesa 9, sobre Cinema e Televisão, entre os dias 5 e 6 de novembro de 2010.

A proposta do evento foi reunir 88 mestrandos de 25 programas de mestrado de vários estados do Brasil para exercitar a produção e discussão acadêmica, ampliar possibilidades de diálogo entre discentes e docentes e promover oportunidades de interlocução.

A mesa 9 sobre Cinema e Televisão teve como debatedores o Prof. Dr. Silvio Henrique Barbosa e o Prof. Dr. Pedro Henrique Ortiz. A sétima mestranda a se apresentar foi Maria Ines Dieuzeide Santos Souza, da Universidade Federal de Sao Carlos.

A análise foi feita sobre o filme Valsa com Bashir http://www.youtube.com/watch?v=Ak_2NWhr_g4. Nessa animação o peso do mundo é tratado de forma documental, sem necessidade de serem usadas imagens históricas. A estrutura assertiva estabelece afirmação sobre o mundo do eu e sobre o eu que enuncia. Assim, consegue abordar perspectiva privada dos massacres de Sabre e Chatila, contra os refugiados palestinos, durante a guerra do Líbano. A animação permite um avanço para os documentários, por meio dela poderão valorizar aspectos subjetivos e documentar o indocumentado.

A preocupação de descaracterizar o documentário não é pertinente, pois não há narrador neutro. Em qualquer filme na dimensão da tomada as imagens são mediadas pela maquina, câmera. O diretor faz sempre o seu recorte ideológico sobre a realidade. Busca trazer para o espectador a presença do acontecimento escolhido. Assim, ao invés do mediador ser a câmerea, será a animação.

Danielle Denny é mestranda da Cásper Líbero.

Tags. Interprogramas, Cinema e Televisão, Documentário


Distribuição cinematográfica enfrenta dificuldades entre Brasil e Argentina

Por Danielle Denny

Relatório sobre as principais idéias debatidas durante o 6º Interprogramas, organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero, na mesa 9, sobre Cinema e Televisão, entre os dias 5 e 6 de novembro de 2010.

A proposta do evento foi reunir 88 mestrandos de 25 programas de mestrado de vários estados do Brasil para exercitar a produção e discussão acadêmica, ampliar possibilidades de diálogo entre discentes e docentes e promover oportunidades de interlocução.

A mesa 9 sobre Cinema e Televisão teve como debatedores o Prof. Dr. Silvio Henrique Barbosa e o Prof. Dr. Pedro Henrique Ortiz. A oitava mestranda a se apresentar foi Marília Schramm Régio, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

A temática foi a dificuldade de distribuição cinematográfia entre Brasil e Argentina, foram estudados os longa-metragens distribuídos entre esses dois países em 2009 e constatou-se que 30% das verbas dos filmes são para distribuição, em média, e que em 85% das salas de exibição há produções norte-americanas, (o padrão se mantém para o resto do mundo, a exceção é Bollywood, na Índia e NollyWood, na Nigéria).

Em 2003, houve a RECAM, reunião especializada sobre a circulação audiovisual no MERCOSUL, onde as leis fomentam a produção mas se omitem em termos de distribuição, porém pouco se avançou, é preciso maior cooperação entre o INCAA (Instituto Nacional del Cine y del Audiovisual Argentino) e a ANCINE.

Pouquíssimos filmes argentinos foram distribuídos no Brasil em 2009: "Ninho Vazio", de Daniel Burman http://mais.uol.com.br/view/a56q6zv70hwb/trailer-do-filme-ninho-vazio-04023366CC916326?types=A, “A Janela” de Carlos Sorin http://cinema.uol.com.br/ultnot/multi/2009/04/29/0402306ACC811346.jhtm?trailer-do-filme-a-janela-0402306ACC811346=, “O fundo do mar” de Damián Szifron http://vimeo.com/15112112, “A vila 21” de Ezio Massa http://www.youtube.com/watch?v=9kI_SF1qXIM, “Alguns motivos para não se apaixonar” de Mariano Mucci http://mais.uol.com.br/view/a56q6zv70hwb/trailer-do-filme-alguns-motivos-para-nao-se-apaixonar-04021B3770E48103A6?fullimage=1&types=A e “Um namorado para minha esposa” de Juan Taraturo http://cinema.uol.com.br/ultnot/multi/2009/11/12/04023468CCA97366.jhtm.

Danielle Denny é mestranda da Cásper Líbero.

Tags. Interprogramas, Cinema e Televisão, Argentina

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