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25/04/2012

Abel Ferrara abre mostra dos seus filmes no CCBB – SP



Por Danielle Denny e Roberto Ferreira

Diferentemente de Glauber Rocha, para Abel Ferrara fazer um filme é preciso uma ideia na cabeça e dinheiro no bolso. Por isso, inclusive, o Diretor contracultura americano admite ter vindo ao Brasil. O financiamento público já foi conseguido do Chile em seu último filme que teve em contrapartida cenas desse país sul-americano no cenário.

O bom humor e a espontaneidade marcaram o debate com o artista no Centro Cultural Banco do Brasil, em 25/4/2012, 13h, que inaugurou a mostra de cinema com mais de 20 longas que serão exibidos nesse mesmo espaço até o dia 6/5/2012. O horário do almoço foi o único possível, pois o diretor teve de embarcar para Nova York em virtude das filmagens sobre o ex-diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn, papel do francês Gérard Depardieu, tematizando mais uma vez sexo e poder.

Ferrara faz jus à fama de controvertido, questionador e polêmico. Explora dramas urbanos violentos, com policiais corruptos, assassinos psicóticos, vítimas com sede de vingança, viciados, traficantes. Filmou inclusive um filme pornô com a própria namorada em 1976.

Curtas e documentários também fazem parte de sua filmografia. A cidade de Nova York, que atualmente está muito mudada, aparece retratada de forma nada ascética ou politicamente correta em Chelsea On The rocks, documentário sobre o hotel onde varias celebridades moraram e morreram, e que serviu de ponto de encontro de diversos movimentos culturais.

Nos EUA é odiado, mas ovacionado na Europa, em especial na França. Afirma que Hollywood o detesta, quando aceitaram seus roteiros, os resultados de bilheteria foram deploráveis, então, atualmente sempre recusam, mas muitas vezes lançam versões modificadas de suas ideias logo na sequência. 

Ou refilmam suas obras piorando-as, como é o caso de Bad Lieutenant, traduzido como Vício Frenético, com Nicholas Cage, que perde muito para a versão original na qual Harvey Keitel é o protagonista. Uma curiosidade é que atualmente não dá mais para filmar com Harvey Keitel porque ele casou e com isso mudou muito.

Outras curiosidades é que ele toca guitarra na trilha sonora de vários de seus filmes e que Shanyn Leigh, a atual companheira de Ferrara, participa de vários filmes. E por ser muito espiritualizada vem influenciando o diretor criado com educação religiosa muito forte, mas que em todos os seus filmes dera à religião caráter negativo, a fazer as pazes com Deus, “demorou uma vida inteira”, ressalta.

Mais informações sobre a MOSTRA e sobre o DIRETOR.


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