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30/10/2011

TI É FUNDAMENTAL PARA SUSTENTABILIDADE



Por Danielle Denny

A Pricewaterhousecoopers há anos aplica o teletrabalho. Os auditores e consultores não precisam mais ir ao escritório. Atendem seus clientes diretamente, via celulares e computadores. A economia de recursos ambientais decorrente dessa política é imensa: menos combustível, menos energia elétrica, menos água... Mas isso só é possível porque existe uma infraestrutura de TI muito bem desenvolvida a disposição dos funcionários, integrando-os e processando a infinidade de dados produzida por cada um deles em diversos locais.

Parece simples, mas esse volume massivo demanda uma estrutura física robusta, com vários servidores, cabos, gabinetes, muito bem estocados e refrigerados. Assim, esses data centers corporativos são verdadeiras dragas de recursos ambientais. O mais relevante, contudo, é a perda de energia eletrica, antes de chegar ao data center, em cada uma das fases desde a criação até o uso. A dissipação de energia e a ineficiência do sistema pode levar à conta de 1Watt para operar necessitando de outro 1 Watt para resfriar.

Claro que o setor de TI é um dos menos poluntes, corresponde, segundo Gartner, a 2% das emissoes globais de CO2, além dissso, é o setor que mais consegue contribuir para a redução das emissões dos outros setores. Mas esse desperdício representa custo. As empresas que não investirem em tecnologias verdes vão perder competitividade.

Visto por esse prisma, os ideais verdes se tornam bem pragmáticos. Como aponta Newton Figueiredo, presidente do Grupo Sustentax, “sustentabilidade é garantir rentabilidade com ética e responsabilidade socioambiental” mas “maquiagem verde é o que mais tem”. No afã de conquistar clientes socioambientalmente responsáveis, as empresas enveredam por caminhos que não trazem resultado.

Relatórios de sustentabilidade com formulários complicadíssimos, caríssimos, podem não agregar nenhum valor para o produto, para os clientes ou para os funcionários. Nesse contexto só enfeitam as prateleiras, não agregam valor às empresas. Têm de ser feitos apenas quando for necessário ou importante reportar, por isso tem de ser feito voltado para o público alvo, para o acionista, funcionário, ou cliente, em linguagem específica.

A quantificação de GEE (gás de efeito estufa) também não é remédio para tudo. Só para as empresas que têm emissão significativa ou têm operação no exterior. Afinal a emissão brasileira é muito baixa se comparada com a americana (13,8ton/pessoa nos EUA e 5,4ton pessoa no Brasil) assim, as políticas aplicadas pelos executivos americanos não podem ser aplicadas irrefletidamente no contexto brasileiro.

Esforços para se adequar ao ISE (indice de sustentabilidade da BOVESPA) que indica qual empresa é mais sustentável, também pode ser inócuo pois o medidor não é levado em consideração pelos investidores, uma vez que é tido como fora do mercado, feito por acadêmicos.

Muita da maquiagem verde se dá nas embalagens e rótulos. De nada adianta uma campanha de marketing ecológica, se o produto é tóxico, se a empresa não incentiva a redução, reutilização e reciclagem. Mudar apenas o envólucro pode gerar só prejuízo, principalmente depois do CONAR (Conselho Nacional de Autoregulamentação Publicitária) regulamentar o uso do termo sustentabilidade.  

Assim, não adianta executivos e formadores de opinião pensarem em ações isoladas, dissimuladoras. Tem de investir em tecnologia e em governança, para criar uma estrutura que propicie a sustentabilidade. Só assim será possível aproveitar a janela de oportunidade e se lançar a frente dos concorrentes, para implementar um modelo de negócio rentável e socioambientalmente responsável.

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Danielle Denny, foi convidada pelos organizadores do evento para participar do Fórum Green Tech, que aconteceu na terça-feira, 25/10/2011, Hotel Paulista Plaza, São Paulo, SP. Mais informações no site: http://www.convergeeventos.com.br/seminarios/600/index.htm 

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