GOTTLIEB, Liana. Mafalda vai à escola: a comunicação dialógica de Buber e Moreno na educação, nas tiras de Quino. São Paulo: Instituto Latinoamericano de la Comunicación Educativa, Núcleo de Comunicação e Educação 1996. 190 p
Ismar de Oliveira Soares
(13)”Importância de se apresentar ao leitor médio (aquele leitor que usufrui dos produtos da ind~ustria cultural – entre os quais as histórias de quadrinhoa- mas que ignora como funciona o veículo através do qual recebem as mensagens) a profunda relação existente entre o mundo das comunicações e o mundo da vida cotidiana. Reconhece que esta é uma tarefa para o educador do sec XXI”
(15) “no método psico-sociodramático os meios de comunicação podem ser empregados como mediação entre o indivíduo e a realidade, promovendo a integração entre um conhecimento adquirido e a experiência vivida”.
(16) a MAFALDA como objeto intermediário (termo do vocabulário psicodramático) abre o mundo da linguagem não-verbal. Não é um encontro intelectural, é um encontro do fluir e do sentir, da cabeça e do corpo, do ser por inteiro. A ação é melhor que a verbali\ação, pois é síntese mais eficaz- o hmem está inteiro ali.
(17) escola nova aberta cósmica, que permita que os alunos interfiram em tudo, transformando a sociedade, a natureza, o planeta.
(22) Em entrevista à FSP, em 11/12/1976, quino assim definiu a Mafalda: Elá é simplesmente, a franqueza perante o mundo
(31) Em relação ao papel desempenhado pela educação em geral e especificamente pela escola na sociedade, Luchesi aponta tres versões: “de um lado, colocam-se os ingênuos, que fazem da escola a redentora universal da sociedade, na esperança de que a sua ação possiilite a equidade social. Este era o ideal da escola tradicional, nascida no bojo das aspirações da Revolução Francesa. De um outro, existem os que interpretam e entendem que a escola só pode servir para a reprodução do modelo social... Por último, há a posição dos que consideram que a escola pode ter um papel no processo de transformação da sociedade, .., como um mecanismo social ao lado de outros...” LUCKESI, Cipriano C. Presença dos meios de comunicação na esclola: utilização pedagógica e preparação para a cidadania, in: org. KUNSCH, Margarida M. K. Comunicação e Educação – Camihos Cruzados. São Paulo, Edições Loyola, 1986, p. 37
(37) Mizukami aponta para os vários tipos de reducionismo que se podem verificar nas diversas abordagens do processo ensino-aprendizagem, privilegiando-s um ou outro aspecto do fenômeno educacional. Apesar de muitas variações e combinações possíveis, consideram-se três tipos: primado do sujeito, primado o objeto e primado da interação sujeito-objeto.
MIZUKAMI, Maria da Graça N. Ensino: As abordagens do processo. São Paulo, E.P.U., 1986, pp 1-3
(38)Mizukami parte do pressuposto de que, em situações brasileiras, provavelmente tenham sido cinco as abordagens que mais possam ter influenciado os professores, quer por meio de informações adquiridas na litereatura especializada, quer agtravés de modelos a que foram expostos ao longo de suas vida, quer, aind, através de informações obtidas em cursos de formação de proofessores”. Ela considera as seguintes abordagens: tradicional, comportamentalista, humanista, cognitivista e sócio-cultural.
(44) Moreno.. continuou sendo o grande intuitivo, o otimista, o pregador de uma psiquiatria alegre. Acreditava no Homem e na Vida.
(45) Dizem que ele teria pedido que fossem gravadas as seguintes palavras em sua sepultura: “aqui jaz aquele que abriu as portas da Psiquiatria à alegria”.
A TEORIA PSICODRAMÁTICA
(46) Para ele, existe um modo, simples e claro, em que o homem pode lutar, não através da destruição nem como uma parte da engrenagem social, mas como indivíduo criador, ou como uma associação de criadores. Ele tem que encontrar uma estratégia de criação que escape à traição da conservação e à concorrência do robô. O momento é a abertura pela qual o homem passará em seu caminho. Essa guerra contra os fantasmas exige ação, não só da parte de indivíduos isolados e de pequenos grupos, mas também das grandes massas humanas. Essa guerra – dentro de nós próprios – é a (47) Revolução Criadora, e um dos métodos mais promissores, voltados a resolvera a inquietação social e mental de que padecem as massas humanas, e que possibilitará a catarse, é o método psicodramático.
(50) Contrariamente a Freud, Moreno não via o nascimneto do ser humano como uma experiência angustiante e traumática. Via o bebê como um agente participante, desde seu primeiro momento de vida na cena social. “A capacidade de responder adequadamente à situação, utilizada pela primeira vez no nascimento, Moreno deu o nome de espontaneirdade ou fator E (no original fator S, do latim sponte = vontade)
(51) É preciso fazer uma distinção entre espontaneidade e criatividade. Para que se possa modificar uma certa situação o estabelecer uma nova situação é preciso criar: produzir alguma coisa nova a partir de algo dado. A espontaneidade serve como elemento catalizador para a ccriatividade, ouseja, ela permite que a criatividade se manifeste e atualize.
A conserva cultural seria um impulso do homem em relação à imortalidade. A criação espontânea, por suprema que seja, deixa de sê-lo, quando conservada, como na obra acabada. É mais valioso o momento da criação, o momento da centelha divina liberada do que a obra conservada, armazenada, mitificada.
Definindo precisamnte, temos que “conservas culturais são objetos materiais (incluindo-se obras de arte), comportamentos, usos e costurmes, que se mantêm idênticos em uma dada cultura.
(54) Todo papel é uma resposta a outro (de outra pessoa). Não existe papel sem contrapapel. O desenvolvimento dos papéis na criança é precursosr do futuro ego.
(55) no caso do papel do profeso, a aprendizagem universitária corresponte ao processo de “treinar o papel”, o exercício da profissão; uma vez diplomado, “assumir o papel”; e o transformar o exercício da profissão na arte de educar, “criar o papel”.
(57) a preocupação básica de Moreno residia no contraste entre dois conceitos fundamenteais: a espontaneidade e a conserva cultural. Para se promover seres espontâneos e criativos era (e é) imperioso libertá-los das conservas culturais.
A ESCOLA DA ESPONTANEIDADE
(59) a expressão adestramento para Moreno significava treinamento em busca do estado espontâneo, ... não tinha conotação de domesticação, mas ao contrário, implicava em tronar-se mestre em algo, hábil, ágil, perito.
(60) o pereito ator do nosso teatro convencional, e a pessoa perfeita da nossa moralidade convencional são os protótipos pelos quais foram modelados os nossos ideais educacionais e os paradigmas segundo os quais se instruem os nossos filhos. Portnato, não é acidental que, se quisermos fazer juz ao trabalho de espontaneidade, tenhamos de retroceder às primeiras fases da infância e cuidar de que as velhas técniccas educacionais, que levam automaticamente ao intruído mas não inspirado aluno de hoje, sejam substituídas por técnicas de espontaneidade.
(61) Durante o adestramento as alunas não tinham a sua inteligência formal alterada, mas atuavam e pareciam melhor orientadas para a vida, “mais inspiradas, mais reais, mais esclarecidas e, ainda que menos instruídas, cartamente mais inteligentes do que algumans alunas, na escola formal, que têm QI’s semelhantes”.
(65) o objetivo primordial é o adestramento em estados espontâneos e não a aprendizagem de conteúdos. A ênfase sobre os conteúdos resulta na divisão do indivíduo entre uma personalidade de ato e uma personalidade de conteúdo.
(66) até uma certa idade, todos os conhecimnetos da criança são espontaneamente adquiridos e aprendidos. Mas logo o adulto se intromete com “conteúdos” totalmente desvinculados das necessidades da criança. A criança passa, então, a aceitar esses conteúdos “como superiores e passa a desconfiar de sua própria vida criativa”.
(67) detalhando melhor o estado de espontaneidade, temos que é uma “distinta condição psicofisiológica; pode ser descrito, por exemplo, como a condição de um poeta quando sente o impulso para escrever ou a de um homem de negócios quando sente que uma grande idéia o dominou; é um momento de Amor, de Invenção, de Imaginação, de Adoração, de Criação”.
(70) uma pedagogia adequada aos nossos ideais tem que se basear completamente e sem compromisso de qualquer sorte no ato criativo. Uma tecnica do ato criativo, uma arte da espontaneidade, tem que ser desenvolvida de modo a habilitar o homem a criar continuamente
(70) a ordem em que deve acontecer a abordagem de tudo na vida, segundo Moreno, é primeiro amar as coisas e depois analisá-las.
Explicação sobre Buber e a Filosofia do diálogo.
Para Buber, Moreno e Quino: (174) o homem (...) é um ser em relação, nasce em sociedade e precisa dos outros para sobreviver. Mas, é um existir em relação verdadeira não só entre os homens, como também com a natureza e com toda a humanidade.
(179) com o humor que proporciona uma leitura divertida e, ao mesmo tempo, altamente aguda, Mafalda, segundo Ligia Magalhaes, Em defesa dos quadrinhos, realiza, no gênero, a feliz conciliação do lúdico e do emancipatório, oportunizando a identificação com esses heróis do dia-a-dia e estimulando, pela exemplaridade, a postura crítica e o debate.
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