A19 - Conflitos no Oriente Médio
(HG 352) GRINBERG, Keila. O mundo árabe e as guerras árabe-israelenses. In: REIS FILHO, Daniel Aarão. O Século XX. Vol. 3. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. pp. 97-131
O Oriente Médio abrange os países Afeganistão, Arábia Saudita, Barein, Catar, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmem, Irã, Iraque, Israel, Jordânica, Kuwait, Líbano, Omã, Síria, Turquia e Territórios da Autoridade Nacional Palestina.
Depois da morte de Maomé, tropas árabes dispuseram-se a propagar a religião através da expansão militar e, em relativamente pouco tempo, constituíram um império que acabou se estendendo por 6 mil quilometros, do oceano índico ao Atlântico, dominando a península Ibérica, o Norte da África e parte dos impérios Bizantino, Sassânida e Persa, indo até as fronteiras com a Índia e a China, e tendo como sucessivas capitais as cidades de Meca, Damasco, Bagdá e Cairo.
Nesse império, o islamismo era a religião oficial e a língua árabe tornou-se rapidamente o principal meio de comunicação. Assim, os povos conquistados pelos árabes muçulmanos foram arabizados e islamizados. Com exceção dos territórios europeus, da Ásia Menor e do Império Persa, todos os povos conquistados adotaram o árabe como primeira língua; além disso, fora os cristãos e judeus que tinham o direito de administrar suas comunidades e beneficiar-se da liberdade de culto mediante o pagamento de um imposto especial – todos também passaram a professar a religião muçulmana. Tempos mais tarde, alguns destes mesmos grupos conquistados expandiram ainda mais a fé islâmica, como os berberes do Norte da Ãfrica, que a propagaram ao sul doo Saara. É por isso que, hoje em dia, mesmo não fazendo parte do Oriente Médio, habitantes de países como a Argélia e o Marrocos adotam a religião muçulmana e são considerados árabes (GRANDE ORIENTE).
São árabes aqueles que se identificam com a língua, a cultura e os valores dos árabes e são muçulmanos aqueles que seguem a religião do islã, fundada por Maomé.
Sionismo é o movimento que preconiza a volta a Sion, colina de Jerusalém que simboliza a Terra Prometida, na década de 1890, foi profundamente marcado pelo anti-semitismo europeu (ex. pogroms na Russia e caso Dreyfus na França). Jornalista vienense Theodor Herzl, organizou o primeiro congresso sionista e escreveu o livro “o Estado Judeu” em 1896. Lança a versão política do sionismo que pregava a criação de um estado laico (não necessariamente na Palestina) que solucionasse os problemas de segurança dos judeus. Muito influenciados pelo socialismo europeu, a maioria de seus militantes preconizava uma dimensão socializante do sionismo, que, através de comunidades coletivistas os kibutzim permitisse a criação de uma nova sociedade.
O FIM DO IMPERIO OTOMANO E A NOVA CONFIGURAÇÃO POLÍTICA DO ORIENTE MÉDIO
1854 GUERRA DA CRIMÉIA Inglaterra e França apoiam o Império Otomano na vitória contra a Rússia e por isso consollidam definitivamente seu poder na região, fixando as tarifas aduaneiras e controlando todas as trocas comerciais dos endividados otomanos. Movimentos nacionalistas árabes a exemplo dos servios e gregos nos Balcãs buscavam autonomia e independência. Contando com ajuda externa esses movimentos cresceram e ajudaram a minar ainda mais o império, que, após uma nesga de modernização com a Revolução dos Jovens Turcos, teve seu golpe final depois da Primeira Guerra Mundial, a última travada pelo Império Otomano como grande potência.
O mais importante desses movimentos nacionalistas foi o liderado por Hussein que pretendia contituir um grande REINO ÁRABE que incluia além da Arábia, a Síria, o Iraque e a Palestina. O gov ingles dá aval a revolta árabe contra os otomanos iniciada em 1916 com o auxilio do coronel ingles Lawrence, da Arábia.
Na palestina tanto franceses como ingleses tinham interesse, assim, para garantir o apoio sionista para salvaguardas seus interesses na região LORDE BALFOUR em 1917 declara que o Império Britânico “encara favoravelmente, com estima, o estabelecimento na Palestina de um lar nacional para o povo judeu. Os ingleses conseguiram se comprometer tanto com Hussein como com os sionistas, apoiando as pretensões nacionais dos dois sem, no entanto, entrar em detalhes sobre os limites geográficos das futuras nações.
Acordo Sykes-Picot tracava os limites dos paises e regiões sob mandato ingles ou frances, desmembrados do Imperio Otomano, depois da 1GM
ARABES E SIONISTAS NA PALESTINA O INICIO DA CONVIVENCIA
Entre 1922 e 1946 100 mil árabes entraram na área controlada por mandato britânico, buscando as oportunidades econômicas criadas com a colonização judaica. Até o crescimento da imigração judaica na região, portanto, os palestinos não possuiam qualquer reivindicação territorial de cunho nacionalista. Pode-se dizer que o sionismo motivou a formação do nacionalismo palestino. Revolta palestina de Iaffo 1921. Massacres de judeus em Hebron 1929. Milicia Haganah e Irgun. Arabes compensavam a falta de organização com exesso de contingente, tinham como interlocutor o mufti de Jerusalém.
Em 1937, retatório da Comissão Peel, grupo ingles responsável por investigar os conflitos da Palestina, pela primeira vez proposta a partilha da região, veementemente recusada pelos árabes reunidos na Síria no Congresso Pan-Arabe de 1938 (A palestina é árabe, e preservá-la como tal é dever de todos os árabes). Revendo sua posição os britânicos optaram por restringir radicalmente a entrada de judeus na Palestina em 1939, justamente o ano em que Hitler dá início à guerra que acabaria por exterminar 6 milhões de judeus POLITICA DO LIVRO BRANCO. Explosão do hotel King David em Jerusalém, sede do governo inglês pelo Irgun.
ONU em 1947 decide pela partilha da Palestina em dois Estados e pelo fim do Mandato Britânico. Logo que o plano de partilha foi tornado público e a data para o fim do mandato marcada inicio choques intensificaram. À proclamacao oficial da criação do Estado de Israel feita por David Ben Gurion em Tel-Aviv, correspondeu o ataque dos países árabes ao redor. Guerra de independência. Liga árabe nada coesa e menos armada leva a pior, no armistício de 1949, Israel ocupava território 21% maior, o rei Abdallah consegue anexar a Cisjordânica a seu território (que, a partir de então, passa a ser o Reino da Jordânia), o Egito toma conta da faixa de Gaza e Jesursalém é dividida.
Em 1950, metade da população palestina viviam em campos de refugiados criados pela UNRWA, sem poder retornar às suas casas, nemde, à exceção da Jordânia, estabelecer residência nos países árabes vizinhos. Ao mesmo tempo a LEI DE RETORNO, aprovada em 1950 pelo parlamento de Israel concede cidadania israelense a todos os judeus que desejarem imigrar para o novo país, assim como aos 160 árabes palestinhso que permaneceram em seus locais de origem.
Gamal Abdel Nasser ideologia vagamente constituída como socialismo árabe, oscilava entre a simpatia à Irmandade Muçulmana e a adesão ao Partido Comunista o nasserismo foi amplamente aceito nos outros países árabes. Apoiando-se nos princípios de reencontro da dignidade árabe e da necessidade de progresso econômico, Nasser se constituiu num símbolo popular da unidade e do não-alinhamento que se materializou na contrução da barragem de Assuã e na nacionalização da Companhia do Canal de Suez em 1956. Com apoio britânico e francês Israel realiza pequenos ataques no Egito. Em retaliação o Egito fecha o canal de Suez e o acesso ao golfo de Ácaba aos navios israelenses. Invasão israelense. Intervenção da ONU. Ficou claro que a era dos Impérios estava sepultada, sem apoio Americano as potências européias não conseguiram administrar o conflito. Entendendo que a internacionalização do golfo de Ácaba e a presença de tropas da ONU na península do Sinai eram uma afronta a sua soberania Nasser fecha novamente o golfo à navegação israelense. GUERRA DOS SEIS DIAS. A partir de então ficou claro que Israel era o país militarmente meis poderoso da região. Resolução 242 da ONU previa a retirada progressiva das tropas israelenses dos territórios ocupados. Os dois lados se negavam a negociar. CONFERENCIA DE CARTUN = 3 NÃOS= 1967 não à paz com Israel, Não a qualquer negociação com Israel e Nao ao reconhecimento de Israel. 1970 Nasser morre e é substituído por Anuar Sadat. Avioes israelenses sequestrados, atletas israelenses massacrados na Olimpíada de Munique de 1972. Terroristas palestinos autonomia no terriório jordaniano, rei Hussein decide reprimí-los, SETEMBRO NEGRO. 1973 GUERRA DO YOM KIPPUR Egito e Síria invadem Irael. Primeira guerra em que os países árabes usam o petróleo como arma política,a meaçando reduzir a produção enquanto Israel continuasse ocupando terras árabes. A política de usar o petróleo teve como consequencia a intervenção americana como mediadores do conflito, Jimmy Carter, ACORDOS DE CAMP DAVID em 1978. Sadat foi assassinado mas política mantida por sucessos Hosni Mubarak, a partir de então mundo árabe divide-se entre países pró-ocidente que aceitavam negociar com Israel (como o Egito) e outros que tentavam manter uma política independente (como Síria Iraque e Líbia).
Revolução islâmica no Irã 1979 aiatolá Khomeini restaurou a autoridade do islã, derrubando o governo da dinastia Pahlevi modernizada e ocidentalizada. Governo laico de Saddam Hussein invade Irã em 1980, guerra dura 8 anos e acaba com o cessar-fogo proclamado pela ONU. Os objetivos de ambos foram alcançados: o regime islâmico não caiu, nem a revolução iraniana se espalhou pelo Golfo Pérsico.
A grave crise econômica do Iraque, que, devendo 70 bilhões de dólares ao fim da guerra com o Irã, justifica a invasão do Kuwait em 1990. Liderada pelos EUA e com autorização da ONU, uma grande coalizão internacional ataca o Iraque em 1991. O único a apoiar Hussein é Iasser Arafat. O poder americano, no entanto, não é suficiente para derrubar o regime de Saddam Hussein, que mesmo sofrendo embargo econômico imposto pelas grandes potências continua se sustentando no Iraque.
Massacres de Sabra e Chatila, refugiados palestinos no Líbano são mortos por facção cristãos maronistas treinada e mantida por Israel. MOVIMENTO PAZ AGORA. Guerra considerada o Vietnã de Israel. Pela primeira vez soldados recusavam-se a ir para os campos de batalha, alegando razões de consciência. Pouco depois cai o ministro de defesa de Israel Ariel Sharon. OLP deixa o Líbano e se instala na Tunísia. Amargando mais uma derrota, a OLP entra em crise, suas táticas de negociação não são mais sedutoras, principalmente aos habitantes da Cisjordânia e Faixa de Gaza. O desespero da população foi o que levou à INTIFADA 1987. Grupos extremistas como o Hamas que pregam a destruição de Israel começam a paticipar dos Ataques. Arafat usa a intifada como instrumento de propaganda angariando a simpatia mundial aos revoltosos. Na reunião do Conselho Nacional Palestino 1988 renuncia de vez ao terrorismo, ao mesmo tempo proclama o reconheciemnto do direito de Israel à existência e enfatiza a necessidade de criação do Estado Palestino. Israel por conta do guerra Irã Iraque deixou sua posição de isolamento aproximando-se da Jordânia e da Arábia Saudita. ACORDOS DE PAZ DE OSLO 1993 (Rabin, Arafat e Bill Clinton). Em 1995 Rabin assassinado por judeu. Benjamim Netanyahu assumiu em 1996 com promessa de frear negociações. Mas por pressão americana faz algumas concessões como os acordos de Wye, em 1998. Que por sua vez levaram a crise de seu governo teve eleições gerais antecipadas em um ano.
Anos 90 agravamento das condições socio-econômicas da maioria da população árabe. O crescimento econômico propiciado pela produção petrolífera nao correspondeu a uma elevação no padrão de vida geral, fortalecimento dos fundamentalistas. Nascidos sob o signo da modernização ocidentalizante, os Estados nacionais do Oriente Médio se deparam cada vez mais, com movimentos que unem política à religião, criando fundamentos históricos em acontecimentos ocorridos há séculos para as opções que defendem,quase nunca pela via da negociação e do direito. Isso muda completamente a situação com a qual israelenses e árabes estavam acostumados a lidar há quese um século, quando o inimigo era o vizinho. Agora, o perigo está do lado de dentro.
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